
B - Durante quarenta dias preparou-se para a Sua Vida pública e também para o Seu grande Sacrifício. Ele sabia que se tratava dum sacrifício tão vasto como o mundo, duma eficácia universal, que Ele, Deus, devia oferecer ao Todo Poderoso, em reparação da culpa do pecado, a fim de que vós pudésseis chegar à visão eterna de Deus.
Sem isto, na melhor das hipóteses, veríeis apenas o Paraíso, caso o conseguísseis. Iriam assim muito mais homens para o inferno, porque não teriam acesso às graças que obtém o Santo Sacrifício da Missa. São incalculáveis as graças decorrentes do Sacrifício incruento da Cruz, por cuja oferta, o Sangue de Cristo corre de novo.
Nós, lá em baixo (aponta para baixo), odiamos este Sacrifício da Missa, que é celebrado todos os dias em muitas Igrejas. Em muitas casas de Deus, nem sempre é convenientemente celebrado. Antigamente, era horrível para nós, quando se celebrava o tradicional Sacrifício da Missa.
Efetivamente, é a renovação do Sacrifício de Cristo na Cruz que apaga os pecados e que obtém graças extraordinárias para a salvação das almas, que, sem isso, se perderiam aos milhares e viriam para o inferno.
Devo ainda acrescentar isto (solta gemidos): não digo mais nada, não quero dizer mais nada. Eu não quero dizer mais nada, não posso continuar a falar. Se quiserdes que fale, é preciso que reciteis ainda um pequeno exorcismo. Lúcifer está furioso. Desejaria estrangular-me. Eu não devia ter dito estas coisas. Se continuo a falar, quando eu chegar lá abaixo, castiga-me.
E - (Recitação do exorcismo). Por ordem da Mãe de Deus, Lúcifer não poderá fazer-te mal, pois tu falaste para a Igreja! Ele não poderá fazer-te mal!
B - Eu era um grande Anjo, era o segundo em grandeza. É por esse motivo que Lúcifer se enfurece e diz: "Já que és tão grande, devias saber que não deves dizer tantos disparates. Devias ter mais cautela!" É isto que ele vai dizer (range os dentes com violência). Ela (aponta para cima) ordenou-me que falasse, porque eu estava presente na queda dos Anjos. Eu era o segundo em dignidade e é por isso que Ela me força a falar desta "porcaria." Ela continua a ter poder sobre nós, os lá de baixo (resmunga).
Termina aqui o penúltimo ato deste trabalho. Neste texto, além do impressionante relato da Paixão de Cristo e da citação da importância dos dois livros citados, uma coisa me ficou gravada do mais profundo do coração, desde a primeira vez que li estes exorcismos: Ela diz respeito à imbecilidade humana! Diz respeito à nossa insensatez! Ao nosso pavoroso desconhecimento das mais elementares verdades de nossa fé. Diz respeito ao quanto somos mal agradecidos em relação ao Supremo gesto redentor de Cristo, e ao quanto ignoramos o que foi realmente a Sua Paixão.
Seria, sim, preciso que todos lessem estes livros, para se compenetrarem da realidade do Calvário e do pavoroso Sacrifício da Cruz. Quando meditamos os Mistérios Dolorosos do Rosário, muitas vezes somos tentados a minimizar os efeitos de cada uma daquelas passagens que desfila diante de nossos corações. A expressão "suar Sangue", parece lembrar ao orante, um sujeito apenas cansado, e por isso o suor. Vejo que as pessoas até passam por cima desta frase, mas com um certo enfado, ou sonolência, quando na verdade a simples menção da palavra: Horto das Oliveiras, já nos deveria arrancar lágrimas de dor, para uni-las às de Cristo Jesus, em verdadeira expiação pelas nossas falas.
Meus amigos, para uma pessoa chegar a este incomensurável sofrimento, de suar sangue até o ponto de escorrer pela terra é preciso que ela seja literalmente esmagada no verdadeiro sentido. Para uma alma ser esmagada, de um tal forma a fazer brotar sangue da pele, é preciso que se concentrem nela, a síntese suprema de todos os sofrimentos humanos, multiplicados em grau extremo. De fato, qualquer um - quero dizer TODOS - os seres humanos da terra, sem exceção, se nos fosse dado viver por um segundo apenas, aquele sofrimento que Jesus teve, ao ver todos os nossos pecados correndo diante dos olhos, morreríamos como um cão vagabundo, que esmagado fosse por um rolo compressor.
Esta é apenas uma das estações. Dia destes, devo escrever sobre os Mistérios da Dor, então trarei alguns tópicos destes dois Livros incríveis para que o leitor medite. E justo porque os homens não conhecem este Mistério Supremo, e justo porque não dão o valor devido à Paixão redentora de Cristo, é que Belzebu nos dirige termos tão pejorativos, mais do que merecidos. Nós somos na verdade vermes imundos, porque - como viram - os próprios demônios suspiravam por uma gota que fosse daquele sangue Preciosíssimo.
E nós, tendo TODO o Sangue de Jesus Cristo ao nosso dispor, mal Lhe damos alguns bufidos de mofa, alguns esgares de pouco caso, firmados em gestos concretos de mal agradecimento. Um dia, a humanidade inteira lamentará isso. Um dia, rios de lágrimas correrão das faces de todos nós. Uns por não terem amado nada, outros por haverem amado pouco. Cada um na justa medida sentirá os efeitos de sua rejeição. Ninguém faz pouco caso de Deus! Qualquer tipo de desafio a Ele será tido por blasfêmia, com risco de perda eterna.
"Agradeçamos a Deus que nos dá esta oportunidade!
"A Graça imensa de amar ao Amor!
"Rezemos para ter forças de passar pelo Aviso!
"E que mereçamos ver a face de Deus
GRITOS DAS TREVAS - Parte 10
Nesta terceira parte, as revelações finais sobre a Igreja, e a expulsão definitiva de Judas. Ninguém será capaz de avaliar o terrível ódio com que o inferno faz estas revelações e se poderia perguntar: Por qual motivo Nossa Senhora não fala direto ao povo, de outra forma, alertando sobre todas estas coisas? Ela não o faz, primeiramente porque Ela já disse isso tudo, em suas milhares de aparições em toda a terra. Depois, Ela quer fazer uso de todos os meios, possíveis e impossíveis, para que ninguém alegue, depois, que não foi avisado, ou que não sabia. Neste caso particular, as mensagens foram dirigidas diretamente aos padres que faziam o exorcismo e elas se destinavam mais a eles, ou seja, diretamente ao clero. É realmente impressionante a disposição e a preocupação desta Mãe, tentando reunir todos os seus filhos, para evitar que algum se perca.
Aqui então, novos detalhes e assombrosas revelações. Uma das que mais preocupa, é relativa a permanência das mulheres no presbitério, o que de certa forma contrasta com a disposição da Igreja, que é soberana. Ou seja, aqui Belzebu pode estar expressando um sentimento próprio - no que não mente - uma vez que pode estar expressando também um íntimo desejo do Céu. Pois se fosse mentira, Nossa Senhora não permitiria que ele dissesse tais coisas. Ou seja, também Deus não gosta de certas atitudes de Sua Igreja, entretanto as aceita porque deu este poder à ela, de aqui ligar e desligar. Isso acontece, apenas porque, como já foi revelado antes, nem tudo é mais obra do Espírito Santo na Igreja, mas simples obra humana, às vezes diabólica obra humana, destinada justamente a destruí-la. Vamos, então às novas revelações, das quais faremos alguns comentários.
OS NOMES
B - Quero ainda acrescentar o seguinte: ao escrever estas revelações, deveis mencionar o meu nome. E deveis proceder do mesmo modo relativamente aos outros demônios. Deveis sempre assinalar quem falou. Não é em vão que dizemos quem fala.
E - Belzebu, em nome da Santíssima Virgem tens de falar!
B - Ela permite que nós digamos os nossos nomes... quem fala, e depois Ela quer também que se indique quem falou. Sobretudo quando se tratar de assuntos importantes, Ela quer que se saiba qual o demônio que escolheu, qual o que devia falar...
Como sou bem conhecido, o meu nome deve ser mencionado.
A ESTUPIDEZ HUMANA
B - No dia 12 de Janeiro, Véroba referiu-se ao Aviso e ao Castigo. Disse que se devia mencionar no livro. Também explicou porque é que o Aviso ainda não surgiu e ainda o fato da oração ser paradoxal.
Vós, homens, não valeis nada (ri maldoso), vós nada sois e nunca sereis nada. Sois burros, podem-vos repetir sete vezes a mesma coisa. Que é que tendes na cabeça, miolos de mosca ou um crivo?
Se não fosse Aquele que existe lá em cima (aponta para cima), todos os vossos ossos se soltariam. É Ele quem carrega permanentemente com a vossa carcaça. Sem Ele não passaríeis de esfregões e de farrapos.. É por isso que nós, lá em baixo, não podemos compreender que professores, doutores e tantos outros, tenham uma presunção (1) tão grande. Por que serão assim tão vaidosos, quando não passam de porcaria que há-de ser corroída por vermes?*
A propósito desta presunção, Ela quer que se acrescente isto. Ela acha pouco apropriado que esses homens se exaltem tanto; eles são uma abominação diante de Deus.
Ela acha tudo isso disparatado, pois Ela procedeu sempre com perfeita humildade. Ela teria tido razões para cingir bem alto a coroa e brandir o cetro. Ela teria tido motivo para o fazer! Fê-lo alguma vez? Em todo o caso, não foi na Terra. No entanto, Ela foi exaltada conforme o que está nas Escrituras, pois Jesus disse: "Quem se humilha será exaltado, quem se exalta será humilhado." Quer dizer, aquele que se eleva a si mesmo será em seguida horrivelmente humilhado, não só num grau apenas, mas numa infinidade de graus. Compreendeis o que queremos dizer?
Quem se exalta não será humilhado em outro tanto, mas ficará um milhão de vezes mais abaixo. Mas quem se humilhar, por mais alto que esteja - nós somos sábios, sabemos bem como as coisas se passam! (sublinha as palavras com um gesto do dedo) - receberá segundo a parábola do banquete, em que Jesus disse: "Aquele que se sentar no último lugar, será chamado pelo senhor do banquete a ocupar o primeiro lugar..." Quero dizer, com isto, que aqueles que se humilham não serão apenas exaltados em outro tanto, mas ocuparão uma posição milhares de vezes superior à que tinham, e isto por toda a eternidade.
Devo acrescentar que é um paradoxo e um sinal de grande estupidez querer elevar-se neste mundo. Tenho que o dizer, pois é abominável aos olhos do Senhor. Se os homens tivessem plena consciência daquilo que fazem, horrorizar-se-iam consigo próprios - (ri maldoso).
* O demônio, que é orgulhoso, ele mesmo uma criatura, mostra aqui a repugnância e o profundo desprezo que sente pela natureza humana, inferior à angélica, mortal.
(1) A presunção de sabedoria, a presunção do saber divino, a presunção de estar guiado pelo Espírito Santo, sem o ser, tudo isso foi e é mortal para a Igreja. De fato, os desmandos na Igreja, não são obra do Espírito Santo, mas de satanás. Assim, a presunção de ser algo, de ser incapaz de errar, tornou a imensa maioria do nosso clero, alto e baixo, em verdadeiros pináculos inacessíveis, em torres de orgulho impossíveis de serem escaladas. Isso os levou a se distanciarem do seu rebanho, ao qual a maioria dirige com um certo enfado, como se nos quisesse dizer: Pobres mortais! Verdade, se eles realmente estivessem preocupados com o seu povo, não dariam cestas básicas, mais sim confissões, Rosário e Eucaristia. O que lhes falta, de fato, é aquilo que Belzebu explica a seguir.
B - Quero ainda acrescentar o seguinte: ao escrever estas revelações, deveis mencionar o meu nome. E deveis proceder do mesmo modo relativamente aos outros demônios. Deveis sempre assinalar quem falou. Não é em vão que dizemos quem fala.
E - Belzebu, em nome da Santíssima Virgem tens de falar!
B - Ela permite que nós digamos os nossos nomes... quem fala, e depois Ela quer também que se indique quem falou. Sobretudo quando se tratar de assuntos importantes, Ela quer que se saiba qual o demônio que escolheu, qual o que devia falar...
Como sou bem conhecido, o meu nome deve ser mencionado.
A ESTUPIDEZ HUMANA
B - No dia 12 de Janeiro, Véroba referiu-se ao Aviso e ao Castigo. Disse que se devia mencionar no livro. Também explicou porque é que o Aviso ainda não surgiu e ainda o fato da oração ser paradoxal.
Vós, homens, não valeis nada (ri maldoso), vós nada sois e nunca sereis nada. Sois burros, podem-vos repetir sete vezes a mesma coisa. Que é que tendes na cabeça, miolos de mosca ou um crivo?
Se não fosse Aquele que existe lá em cima (aponta para cima), todos os vossos ossos se soltariam. É Ele quem carrega permanentemente com a vossa carcaça. Sem Ele não passaríeis de esfregões e de farrapos.. É por isso que nós, lá em baixo, não podemos compreender que professores, doutores e tantos outros, tenham uma presunção (1) tão grande. Por que serão assim tão vaidosos, quando não passam de porcaria que há-de ser corroída por vermes?*
A propósito desta presunção, Ela quer que se acrescente isto. Ela acha pouco apropriado que esses homens se exaltem tanto; eles são uma abominação diante de Deus.
Ela acha tudo isso disparatado, pois Ela procedeu sempre com perfeita humildade. Ela teria tido razões para cingir bem alto a coroa e brandir o cetro. Ela teria tido motivo para o fazer! Fê-lo alguma vez? Em todo o caso, não foi na Terra. No entanto, Ela foi exaltada conforme o que está nas Escrituras, pois Jesus disse: "Quem se humilha será exaltado, quem se exalta será humilhado." Quer dizer, aquele que se eleva a si mesmo será em seguida horrivelmente humilhado, não só num grau apenas, mas numa infinidade de graus. Compreendeis o que queremos dizer?
Quem se exalta não será humilhado em outro tanto, mas ficará um milhão de vezes mais abaixo. Mas quem se humilhar, por mais alto que esteja - nós somos sábios, sabemos bem como as coisas se passam! (sublinha as palavras com um gesto do dedo) - receberá segundo a parábola do banquete, em que Jesus disse: "Aquele que se sentar no último lugar, será chamado pelo senhor do banquete a ocupar o primeiro lugar..." Quero dizer, com isto, que aqueles que se humilham não serão apenas exaltados em outro tanto, mas ocuparão uma posição milhares de vezes superior à que tinham, e isto por toda a eternidade.
Devo acrescentar que é um paradoxo e um sinal de grande estupidez querer elevar-se neste mundo. Tenho que o dizer, pois é abominável aos olhos do Senhor. Se os homens tivessem plena consciência daquilo que fazem, horrorizar-se-iam consigo próprios - (ri maldoso).
* O demônio, que é orgulhoso, ele mesmo uma criatura, mostra aqui a repugnância e o profundo desprezo que sente pela natureza humana, inferior à angélica, mortal.
(1) A presunção de sabedoria, a presunção do saber divino, a presunção de estar guiado pelo Espírito Santo, sem o ser, tudo isso foi e é mortal para a Igreja. De fato, os desmandos na Igreja, não são obra do Espírito Santo, mas de satanás. Assim, a presunção de ser algo, de ser incapaz de errar, tornou a imensa maioria do nosso clero, alto e baixo, em verdadeiros pináculos inacessíveis, em torres de orgulho impossíveis de serem escaladas. Isso os levou a se distanciarem do seu rebanho, ao qual a maioria dirige com um certo enfado, como se nos quisesse dizer: Pobres mortais! Verdade, se eles realmente estivessem preocupados com o seu povo, não dariam cestas básicas, mais sim confissões, Rosário e Eucaristia. O que lhes falta, de fato, é aquilo que Belzebu explica a seguir.
A VIRTUDE FUNDAMENTAL DA HUMILDADE
B - Se Ela não se tivesse colocado sempre em último lugar, mesmo abaixo de S. José, que no entanto sempre soube reconhecer o elevado grau da sua dignidade, e se Ela não tivesse sido tão humilde, não teria hoje, nem nunca teria tido, este poder sobre a Igreja e sobre o mundo. Não teríeis n'Ela Aquela Mãe que tudo faz por vós, medianeira de graças inefáveis, graças que só Ela pode obter e que nunca teria podido obter se não vos tivesse dado o exemplo em primeiro lugar.
Ela praticou a humildade em todas as virtudes, até ao último grau de heroísmo. Se Ela não o tivesse feito, especialmente esta maldita virtude da humildade, ter-nos-íamos podido aproximar dela. E, decerto, isso teria constituído mais um êxito para nós, demônios! (grita irritado).
O mesmo acontece com os homens. E isto é claro como água: a falta de humildade abre as portas ao vício. Nós adquirimos domínio sobre uma pessoa a partir do momento em que a sua sabedoria - ou o que lhe chamais - lhe sobe à cabeça. Há muito que o homem deixou de ser sábio e tem miolos de galinha. Mesmo quando se julga sábio e se eleva um pouco, cai logo depois. Mas eu não quero falar destas coisas. Conheço-as por experiência própria, pois se passaram conosco. Como nós caímos, milhares e milhões de vezes! (uiva lastimoso).
Por esse motivo, vós Padres, deveis falar do pecado original, do orgulho. Devíeis empregar todos os esforços no sentido de fomentar a virtude da humildade. Falai dos Santos que a praticaram num grau elevado. Citai, por exemplo, Catarina Emmerich, Santa Tereza do Menino Jesus e tantos outros.
Pregai sobre S. João Maria Vianney. Ele alimentava-se de batatas. Uma ocasião comeu batatas podres, já cheias de bolor, durante quinze dias (rosna). Nem sequer se queria deitar na cama que lhe tinham posto ao lado! Achava-a demasiado boa para si. Não temos qualquer poder sobre pessoas dessa espécie, que chegam a achar-se indignas de se deitarem numa cama vulgar e que não procedem assim para se vangloriarem perante os outros de que são bons, dizendo, por exemplo: "Olhai, eu não quero deitar-me na cama boa, sou um homem virtuoso, vou deitar-me na cama mais incomoda".
Pelo contrário, escondem-no dos outros homens. S. João Maria Vianney encobriu sempre que não comia como deveria ser. É que ele possuía a verdadeira humildade. O mesmo se pode dizer de Catarina Emmerich (1). Ela nunca quis mostrar como se sentia mal, nem o que trazia sobre o seu corpo. Só quando as pessoas viram e disseram: "Em que estado horrível ela se encontrava! É preciso fazer qualquer coisa!"
É que ela deixou que a mudasse, porque era absolutamente indispensável. Mas quis continuar a viver na maior pobreza. Dormia num leito miserável, já quase desfeito. O seu maior desejo era levar uma existência apagada. Por isso é que as avezinhas do Céu vinham pousar nos seus ombros.
Os Santos recebem estes sinais de predileção: os Santos dum modo geral, mas principalmente os humildes. Estes gozam duma predileção muito especial, lá em cima. Alcançaram rapidamente o Céu, enquanto outros percorrem penosamente, passo a passo, o duro caminho que a ele conduz. A virtude da humildade deve ser novamente pregada. Só depois dela é que vêm todas as outras. Depois vem a virtude da pureza, bem adaptada à nossa época (respira com dificuldade), em seguida a verdade, e todas as outras. É preciso dizer aonde tudo isto conduz. Também é preciso citar exemplos.
Teremos de denunciar em primeiro lugar, o vício do orgulho. Devemos dizer que a virtude da humildade devia ser escrita com letras capitais. Seguem-se, naturalmente, a cólera, o roubo e todos os outros. Deve preocupar-se sempre fazer comparações, dar exemplos vividos e verificados na vida dos Santos (dá berros horríveis). Deixem-me!
Procedeis bem, procedeis bem, mas é preciso insistir muito; deveis assinalar, com mais insistência, o efeito devastador do pecado. Sobretudo, neste tempo de Quaresma, deveis acentuar a gravidade do pecado, gravidade que ultrapassa a imaginação. Daí a conhecer, com toda a clareza, as conseqüências do pecado que são mais horríveis do que vós podeis imaginar. É o pecado e as suas conseqüências que deveis retratar com a maior clareza possível.
Sabei-lo agora, mas os outros Padres devem também proceder assim, pois isto não é apenas para vós. Se eles o não fizerem, não cumprindo com a sua obrigação, causarão grande dano e privar-se-ão a si e a todos os que se encontram na sua dependência de muitas graças. Todos os fiéis sofrerão com isso e não receberão as graças que de outro modo poderiam receber.
(1) Esta Ana Catarina Emmerich - como ele diz, uma grande santa - é certamente uma das mais injustiçadas criaturas que a nossa Igreja já produziu. Era uma alma especial, desde a mais tenra infância cheia de santidade. Ela sofria dores indizíveis. Mas não revela a ninguém o que sofria. Quando descobriram a sua doença, depois de tentarem todas as medicinas sem sucesso, o médico lhe sugeriu tomar leite materno. Pois vocês não acreditam no que aconteceu. O demônio conseguiu perverter de tal forma a cabeça de um padre inimigo dela, que ele produziu um documento para o Vaticano anunciando nos seguintes termos mais ou menos: Não poderá ser considerada santa, uma mulher que mama na outra! Por aí o leitor pode ver o ódio que o inferno devota à esta santa mulher, que até agora ainda não foi canonizada, sequer beatificada. Nem ela nem madre D´Agreda!
B - Se Ela não se tivesse colocado sempre em último lugar, mesmo abaixo de S. José, que no entanto sempre soube reconhecer o elevado grau da sua dignidade, e se Ela não tivesse sido tão humilde, não teria hoje, nem nunca teria tido, este poder sobre a Igreja e sobre o mundo. Não teríeis n'Ela Aquela Mãe que tudo faz por vós, medianeira de graças inefáveis, graças que só Ela pode obter e que nunca teria podido obter se não vos tivesse dado o exemplo em primeiro lugar.
Ela praticou a humildade em todas as virtudes, até ao último grau de heroísmo. Se Ela não o tivesse feito, especialmente esta maldita virtude da humildade, ter-nos-íamos podido aproximar dela. E, decerto, isso teria constituído mais um êxito para nós, demônios! (grita irritado).
O mesmo acontece com os homens. E isto é claro como água: a falta de humildade abre as portas ao vício. Nós adquirimos domínio sobre uma pessoa a partir do momento em que a sua sabedoria - ou o que lhe chamais - lhe sobe à cabeça. Há muito que o homem deixou de ser sábio e tem miolos de galinha. Mesmo quando se julga sábio e se eleva um pouco, cai logo depois. Mas eu não quero falar destas coisas. Conheço-as por experiência própria, pois se passaram conosco. Como nós caímos, milhares e milhões de vezes! (uiva lastimoso).
Por esse motivo, vós Padres, deveis falar do pecado original, do orgulho. Devíeis empregar todos os esforços no sentido de fomentar a virtude da humildade. Falai dos Santos que a praticaram num grau elevado. Citai, por exemplo, Catarina Emmerich, Santa Tereza do Menino Jesus e tantos outros.
Pregai sobre S. João Maria Vianney. Ele alimentava-se de batatas. Uma ocasião comeu batatas podres, já cheias de bolor, durante quinze dias (rosna). Nem sequer se queria deitar na cama que lhe tinham posto ao lado! Achava-a demasiado boa para si. Não temos qualquer poder sobre pessoas dessa espécie, que chegam a achar-se indignas de se deitarem numa cama vulgar e que não procedem assim para se vangloriarem perante os outros de que são bons, dizendo, por exemplo: "Olhai, eu não quero deitar-me na cama boa, sou um homem virtuoso, vou deitar-me na cama mais incomoda".
Pelo contrário, escondem-no dos outros homens. S. João Maria Vianney encobriu sempre que não comia como deveria ser. É que ele possuía a verdadeira humildade. O mesmo se pode dizer de Catarina Emmerich (1). Ela nunca quis mostrar como se sentia mal, nem o que trazia sobre o seu corpo. Só quando as pessoas viram e disseram: "Em que estado horrível ela se encontrava! É preciso fazer qualquer coisa!"
É que ela deixou que a mudasse, porque era absolutamente indispensável. Mas quis continuar a viver na maior pobreza. Dormia num leito miserável, já quase desfeito. O seu maior desejo era levar uma existência apagada. Por isso é que as avezinhas do Céu vinham pousar nos seus ombros.
Os Santos recebem estes sinais de predileção: os Santos dum modo geral, mas principalmente os humildes. Estes gozam duma predileção muito especial, lá em cima. Alcançaram rapidamente o Céu, enquanto outros percorrem penosamente, passo a passo, o duro caminho que a ele conduz. A virtude da humildade deve ser novamente pregada. Só depois dela é que vêm todas as outras. Depois vem a virtude da pureza, bem adaptada à nossa época (respira com dificuldade), em seguida a verdade, e todas as outras. É preciso dizer aonde tudo isto conduz. Também é preciso citar exemplos.
Teremos de denunciar em primeiro lugar, o vício do orgulho. Devemos dizer que a virtude da humildade devia ser escrita com letras capitais. Seguem-se, naturalmente, a cólera, o roubo e todos os outros. Deve preocupar-se sempre fazer comparações, dar exemplos vividos e verificados na vida dos Santos (dá berros horríveis). Deixem-me!
Procedeis bem, procedeis bem, mas é preciso insistir muito; deveis assinalar, com mais insistência, o efeito devastador do pecado. Sobretudo, neste tempo de Quaresma, deveis acentuar a gravidade do pecado, gravidade que ultrapassa a imaginação. Daí a conhecer, com toda a clareza, as conseqüências do pecado que são mais horríveis do que vós podeis imaginar. É o pecado e as suas conseqüências que deveis retratar com a maior clareza possível.
Sabei-lo agora, mas os outros Padres devem também proceder assim, pois isto não é apenas para vós. Se eles o não fizerem, não cumprindo com a sua obrigação, causarão grande dano e privar-se-ão a si e a todos os que se encontram na sua dependência de muitas graças. Todos os fiéis sofrerão com isso e não receberão as graças que de outro modo poderiam receber.
(1) Esta Ana Catarina Emmerich - como ele diz, uma grande santa - é certamente uma das mais injustiçadas criaturas que a nossa Igreja já produziu. Era uma alma especial, desde a mais tenra infância cheia de santidade. Ela sofria dores indizíveis. Mas não revela a ninguém o que sofria. Quando descobriram a sua doença, depois de tentarem todas as medicinas sem sucesso, o médico lhe sugeriu tomar leite materno. Pois vocês não acreditam no que aconteceu. O demônio conseguiu perverter de tal forma a cabeça de um padre inimigo dela, que ele produziu um documento para o Vaticano anunciando nos seguintes termos mais ou menos: Não poderá ser considerada santa, uma mulher que mama na outra! Por aí o leitor pode ver o ódio que o inferno devota à esta santa mulher, que até agora ainda não foi canonizada, sequer beatificada. Nem ela nem madre D´Agreda!
A IMITAÇÃO DE CRISTO
A propósito destas virtudes, devo acrescentar que é preciso que esse nojento livro, a Imitação de Cristo, de Thomas Kempis, que nós lá em baixo tanto tememos (gane como um cão), seja citado, difundido e lido. Não deve faltar em nenhuma família católica e deve ser lido. O melhor seria ler um capítulo todas as noites e esforçar-se por seguir e por em prática os seus ensinamentos.
Na medida do possível, deveria ler-se a antiga edição, a completa; na edição moderna já foram feitas algumas modificações. Com o andar do tempo acabam por mudar tudo! Por isso, deveis procurar arranjar os livros antigos. Se houver poucos, será preciso reeditá-los.
Em todo o caso, também deveríeis pregar sobre A Imitação de Cristo, utilizar e desenvolver os assuntos que nela se encontram, inculcá-los no coração dos fiéis. A Imitação de Cristo é o verdadeiro grão e não palha. É uma obra que vem do Céu. O Céu a quer e a recomenda, já que ela põe a Cruz de Cristo sob os olhos de todos, concretamente, ensinando como se deve imitar a Cruz de Cristo.
Assim, o homem aprende como Cristo sofreu e como ele próprio deverá sofrer se quiser avançar um passo ou um decímetro atrás d'Ele. Deve ter sempre presente que, com tudo isto, ainda estará longe de ser um santo e que se deve julgar com humildade. É imprescindível que insistais neste ponto.
Há milhares de pessoas, poderíamos dizer milhões, que crêem que são boas porque fizeram isto ou aquilo. Mas isso não basta! Só serão verdadeiramente boas quando não se acharem ainda boas, pensando que fizeram muito pouco e que poderiam ter feito muito mais. Serão boas quando se julgarem com humildade e fizerem por Cristo tudo o que estiver nas suas mãos.
OS DEVERES DA MULHER VISTOS PELA SANTÍSSIMA VIRGEM
B - A Santíssima Virgem diz que Ela sempre cumpriu os seus deveres caseiros - que o fez com humildade, para maior glória de Deus e com o objetivo único de servir a Cristo - e que não convém que uma pessoa se queira enaltecer acima dos seus serviços e deveres.
Ela faz-me dizer que nunca esteve presente durante a vida pública de Cristo, embora tivesse grande desejo de O acompanhar. Ela amava o seu Filho a tal ponto que vê-Lo partir, lhe causou uma dor e um tormento enorme. Ela sentia-se-lhe ligada, como se Ele fosse parte do seu próprio corpo. Os laços que a prendiam a Ele eram mais fortes que os dum irmão à irmã ou de um pai à mãe. Só se sentia bem na sua proximidade, mas apesar de tudo isso quis manter-se ignorada e ficou em casa. A partir desse momento só O viu raras vezes.
Procedendo assim, revelou a sua humildade, para que também as pessoas aprendessem a ser humildes. Foi alguma vez personagem principal no Altar ou na Missa? Quis manter-se sempre ignorada, embora fosse a criatura mais grandiosa, a mais universal. Ela vale mais que todos os Padres e religiosos juntos. Ela é a maior entre as maiores, escolhida por Deus para guiar a Igreja e para ser Sinal, para ser o grande Sinal, a Mãe do Salvador. Ela é também a Rainha dos Anjos. Mas é preciso dizer a todos que, apesar disso, viveu ignorada e entregue aos seus trabalhos caseiros.
Não compete à mulher desempenhar funções públicas, por exemplo, como conselheira do Governo ou Doutora de Ciências.
Não é conveniente mostrar-se assim e, por outro lado, desprezar os deveres de dona de casa. Qualquer trabalho, mesmo o mais insignificante e humilde de uma dona de casa, que serve a Deus e à sua família de todo o coração têm mais valor do que a mais bela e melhor conferência duma mulher doutora, ainda que o seu discurso ressoe através de todos os microfones e seja registrado por todos os jornais. Uma mulher destas vale muito menos lá em cima do que uma Mãe que leva a sua Cruz cotidiana educa bem os seus filhos e aceita o filho que concebeu.
Quando tudo suporta com paciência, faz o seu trabalho humildemente, alimenta, cuida e veste os seus filhos, educa e limpa a prole, tem mais valor, perante a "malta dos três, lá de cima" (refere-se a Santíssima Trindade) do que uma mulher que só pensa em fazer figura. Poderíamos citar aqui as palavras: "Quem se humilha será exaltado, e voará como uma flecha." Quando uma mulher não aceita os seus deveres caseiros e só aspira à grandezas, não pode conservar-se humilde.
Toda a mulher que se quiser elevar será humilhada no Céu. Pelo contrário, todas as que se humilham, encontram-se no bom caminho. Obtêm para as suas famílias e para os povos muito mais graças do que outra que só pense em brilhar.
Como resultado do orgulho surge o aborto. A mulher já não quer ser apenas "mãe de família", com um papel a desempenhar: a educação dos filhos. Quer ser e parecer algo mais. Este é um dos motivos da morte de muitas crianças por aborto. É claro que há muitas mães que se encontram em grande necessidade. Essas deveriam ser auxiliadas por palavras e obras. Deveriam deixar viver o filho, mesmo que fosse muito duro. O seu sacrifício transformar-se-ia em fonte de benção.
Se as mulheres estivessem mais tempo ao fogão e preparassem boas refeições aos maridos [1], decerto não haveria tantos divórcios, como atualmente. Se as mulheres cumprissem melhor os seus deveres de donas de casa e proporcionassem aos maridos um ambiente caseiro mais agradável, não haveria tantas desavenças e separações.
Se não existissem tantos homens e mulheres em concubinato, haveria mais cônjuges dotados de espírito de sacrifício e menos lares desfeitos. Quando desaprendem, no tempo de concubinato, o que é o sacrifício e não sabem o que é renunciar, como quereis que venham a constituir família? Aos seus olhos, o casamento exige muitos sacrifícios e privações. Sempre assim foi, é assim e há-de ser sempre assim.
Entre os que viveram juntos, durante muito tempo, poucos são os que vêm a casar. Além disso, é muito difícil para uma pessoa que durante anos viveu à vontade, voltar atrás e corrigir-se. Mesmo que essa pessoa quisesse mudar de vida, ser-lhe-ia bem mais difícil do que à uma outra que viveu normalmente, sem divagações para a esquerda ou para a direita, para seu bel prazer colher aqui as uvas e ali os rabanetes.
(1) No mundo de hoje, defender uma coisa destas, é certamente atrair sobre si um dilúvio de imprecações. Mas é certamente esta uma das maiores causas da destruição das famílias. Esta foi a maior vitória do diabo: Tirar a mulher da educação dos filhos, de ficar em casa cuidando deles, exercendo a digníssima missão que Deus lhes confiou. Se a missão de cuidar dos filhos não fosse a mais digna de todas diante de Deus, a Mulher Maria, não seria a mais perfeita criatura que jamais existiu ou existirá. Foi sem dúvida o comunismo ateu quem conseguiu isso, e junto com ele o feminismo diabólico. Toda mulher que, fugindo à sua obrigação principal - a maternidade presente - se lançar na política, na busca de cargos de poder e mando, mais tarde não terá ouvidos capazes de suportar os gritos de seus filhos, que sofreram pela sua falta. Ai da mãe, que deixando o lar e seus filhos, seja por qual for o motivo for, deixa-los largados! TODAS elas, sem nenhuma exceção, pagarão isso muito caro. E não adianta sacar a "igualdade de direitos", porque a missão de mãe é tão sublime, que Maria é a criatura mais perfeita de Deus. E que fez Maria de excepcional? Cuidou de seu Divino Filho! Só isso! Que todas as mulheres façam isso! Que é TUDO!
A propósito destas virtudes, devo acrescentar que é preciso que esse nojento livro, a Imitação de Cristo, de Thomas Kempis, que nós lá em baixo tanto tememos (gane como um cão), seja citado, difundido e lido. Não deve faltar em nenhuma família católica e deve ser lido. O melhor seria ler um capítulo todas as noites e esforçar-se por seguir e por em prática os seus ensinamentos.
Na medida do possível, deveria ler-se a antiga edição, a completa; na edição moderna já foram feitas algumas modificações. Com o andar do tempo acabam por mudar tudo! Por isso, deveis procurar arranjar os livros antigos. Se houver poucos, será preciso reeditá-los.
Em todo o caso, também deveríeis pregar sobre A Imitação de Cristo, utilizar e desenvolver os assuntos que nela se encontram, inculcá-los no coração dos fiéis. A Imitação de Cristo é o verdadeiro grão e não palha. É uma obra que vem do Céu. O Céu a quer e a recomenda, já que ela põe a Cruz de Cristo sob os olhos de todos, concretamente, ensinando como se deve imitar a Cruz de Cristo.
Assim, o homem aprende como Cristo sofreu e como ele próprio deverá sofrer se quiser avançar um passo ou um decímetro atrás d'Ele. Deve ter sempre presente que, com tudo isto, ainda estará longe de ser um santo e que se deve julgar com humildade. É imprescindível que insistais neste ponto.
Há milhares de pessoas, poderíamos dizer milhões, que crêem que são boas porque fizeram isto ou aquilo. Mas isso não basta! Só serão verdadeiramente boas quando não se acharem ainda boas, pensando que fizeram muito pouco e que poderiam ter feito muito mais. Serão boas quando se julgarem com humildade e fizerem por Cristo tudo o que estiver nas suas mãos.
OS DEVERES DA MULHER VISTOS PELA SANTÍSSIMA VIRGEM
B - A Santíssima Virgem diz que Ela sempre cumpriu os seus deveres caseiros - que o fez com humildade, para maior glória de Deus e com o objetivo único de servir a Cristo - e que não convém que uma pessoa se queira enaltecer acima dos seus serviços e deveres.
Ela faz-me dizer que nunca esteve presente durante a vida pública de Cristo, embora tivesse grande desejo de O acompanhar. Ela amava o seu Filho a tal ponto que vê-Lo partir, lhe causou uma dor e um tormento enorme. Ela sentia-se-lhe ligada, como se Ele fosse parte do seu próprio corpo. Os laços que a prendiam a Ele eram mais fortes que os dum irmão à irmã ou de um pai à mãe. Só se sentia bem na sua proximidade, mas apesar de tudo isso quis manter-se ignorada e ficou em casa. A partir desse momento só O viu raras vezes.
Procedendo assim, revelou a sua humildade, para que também as pessoas aprendessem a ser humildes. Foi alguma vez personagem principal no Altar ou na Missa? Quis manter-se sempre ignorada, embora fosse a criatura mais grandiosa, a mais universal. Ela vale mais que todos os Padres e religiosos juntos. Ela é a maior entre as maiores, escolhida por Deus para guiar a Igreja e para ser Sinal, para ser o grande Sinal, a Mãe do Salvador. Ela é também a Rainha dos Anjos. Mas é preciso dizer a todos que, apesar disso, viveu ignorada e entregue aos seus trabalhos caseiros.
Não compete à mulher desempenhar funções públicas, por exemplo, como conselheira do Governo ou Doutora de Ciências.
Não é conveniente mostrar-se assim e, por outro lado, desprezar os deveres de dona de casa. Qualquer trabalho, mesmo o mais insignificante e humilde de uma dona de casa, que serve a Deus e à sua família de todo o coração têm mais valor do que a mais bela e melhor conferência duma mulher doutora, ainda que o seu discurso ressoe através de todos os microfones e seja registrado por todos os jornais. Uma mulher destas vale muito menos lá em cima do que uma Mãe que leva a sua Cruz cotidiana educa bem os seus filhos e aceita o filho que concebeu.
Quando tudo suporta com paciência, faz o seu trabalho humildemente, alimenta, cuida e veste os seus filhos, educa e limpa a prole, tem mais valor, perante a "malta dos três, lá de cima" (refere-se a Santíssima Trindade) do que uma mulher que só pensa em fazer figura. Poderíamos citar aqui as palavras: "Quem se humilha será exaltado, e voará como uma flecha." Quando uma mulher não aceita os seus deveres caseiros e só aspira à grandezas, não pode conservar-se humilde.
Toda a mulher que se quiser elevar será humilhada no Céu. Pelo contrário, todas as que se humilham, encontram-se no bom caminho. Obtêm para as suas famílias e para os povos muito mais graças do que outra que só pense em brilhar.
Como resultado do orgulho surge o aborto. A mulher já não quer ser apenas "mãe de família", com um papel a desempenhar: a educação dos filhos. Quer ser e parecer algo mais. Este é um dos motivos da morte de muitas crianças por aborto. É claro que há muitas mães que se encontram em grande necessidade. Essas deveriam ser auxiliadas por palavras e obras. Deveriam deixar viver o filho, mesmo que fosse muito duro. O seu sacrifício transformar-se-ia em fonte de benção.
Se as mulheres estivessem mais tempo ao fogão e preparassem boas refeições aos maridos [1], decerto não haveria tantos divórcios, como atualmente. Se as mulheres cumprissem melhor os seus deveres de donas de casa e proporcionassem aos maridos um ambiente caseiro mais agradável, não haveria tantas desavenças e separações.
Se não existissem tantos homens e mulheres em concubinato, haveria mais cônjuges dotados de espírito de sacrifício e menos lares desfeitos. Quando desaprendem, no tempo de concubinato, o que é o sacrifício e não sabem o que é renunciar, como quereis que venham a constituir família? Aos seus olhos, o casamento exige muitos sacrifícios e privações. Sempre assim foi, é assim e há-de ser sempre assim.
Entre os que viveram juntos, durante muito tempo, poucos são os que vêm a casar. Além disso, é muito difícil para uma pessoa que durante anos viveu à vontade, voltar atrás e corrigir-se. Mesmo que essa pessoa quisesse mudar de vida, ser-lhe-ia bem mais difícil do que à uma outra que viveu normalmente, sem divagações para a esquerda ou para a direita, para seu bel prazer colher aqui as uvas e ali os rabanetes.
(1) No mundo de hoje, defender uma coisa destas, é certamente atrair sobre si um dilúvio de imprecações. Mas é certamente esta uma das maiores causas da destruição das famílias. Esta foi a maior vitória do diabo: Tirar a mulher da educação dos filhos, de ficar em casa cuidando deles, exercendo a digníssima missão que Deus lhes confiou. Se a missão de cuidar dos filhos não fosse a mais digna de todas diante de Deus, a Mulher Maria, não seria a mais perfeita criatura que jamais existiu ou existirá. Foi sem dúvida o comunismo ateu quem conseguiu isso, e junto com ele o feminismo diabólico. Toda mulher que, fugindo à sua obrigação principal - a maternidade presente - se lançar na política, na busca de cargos de poder e mando, mais tarde não terá ouvidos capazes de suportar os gritos de seus filhos, que sofreram pela sua falta. Ai da mãe, que deixando o lar e seus filhos, seja por qual for o motivo for, deixa-los largados! TODAS elas, sem nenhuma exceção, pagarão isso muito caro. E não adianta sacar a "igualdade de direitos", porque a missão de mãe é tão sublime, que Maria é a criatura mais perfeita de Deus. E que fez Maria de excepcional? Cuidou de seu Divino Filho! Só isso! Que todas as mulheres façam isso! Que é TUDO!
BOAS LEITURAS E IMAGENS PIEDOSAS
B - Devo acrescentar ainda o seguinte: o livro, A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, os livros da venerável (Santa para o Céu) Catarina Emmerich, assim como os de Maria de Jesus Agreda e o livrinho Imitação de Cristo de Thomas Kempis, tem grande valor (geme). Não quero falar disso.
É preciso que estes livros sejam difundidos. Mas também é necessário procurar neles temas para homilias, ideais, o que é muito importante para o confuso mundo de hoje, para os fiéis do nosso tempo.
Tenho que falar do imenso valor destas "desbotadas" estampas com imagens piedosas. Já falei uma vez acerca deste assunto. Deveis falar dele, do alto dos púlpitos, e é também necessário que fique registrado no livrinho. Sobretudo as estampas que contém promessas têm um grande valor. E vós deveis dar a conhecer essas promessas, que foram feitas à pessoas piedosas. Muitos não as conhecem e até ao presente nunca as leram.
A propósito da estampa com a Agonia de Cristo, onde Cristo está ajoelhado no Jardim das Oliveiras com o Cálice, há uma oração à qual estão ligadas grandes promessas. É necessário mencionar também a imagem de Jesus Misericordioso e o Terço da Misericórdia, a que estão também ligadas promessas importantes.
Seria ótimo ter destas estampas em grandes quantidades por toda a parte, distribuí-las e mesmo... sim, lançá-las por todo o lado e, se isso fosse possível, colá-las às costas de cada um. Sois tão estúpidos como cepos! Tendes à vossa disposição essas pagelas, essas promessas, esses privilégios e não o utilizais, pelo menos a grande maioria das pessoas não se servem delas!
Há ainda outros folhetos deste gênero, por exemplo, o da Santa Brígida da Suécia e do Coração de Jesus. A devoção ao Coração de Jesus está atualmente muito reduzida. A ela estão também ligadas grandes promessas e o mesmo se pode dizer da devoção ao Imaculado Coração de Maria. A Verdadeira Devoção, segundo S. Luiz Maria Grignion de Montfort, também quase caiu no esquecimento.
Se soubésseis o valor destes folhetos com imagens, que acabo de mencionar, em particular às da Santa Face, da Agonia de Cristo e de Jesus Misericordioso, por-lhe-íeis uma moldura em ouro, tal como ao Terço!
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Coração Imaculado de Maria, com as suas importantes promessas, o Terço da Misericórdia, a contemplação da amarga Agonia de Cristo e a devoção à Santa Face - estas cinco - ocupam o lugar de honra. Difundi-as por toda a parte. Ela (aponta para cima) assim o quer. Deveis falar delas nas vossas homilias. Estas devoções encerram grandes virtudes. Se as pessoas conhecessem estas coisas, se soubessem perseverar na oração, ter-se-iam convertido ou, pelo menos, não cairiam tão baixo (geme).
B - Devo acrescentar ainda o seguinte: o livro, A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, os livros da venerável (Santa para o Céu) Catarina Emmerich, assim como os de Maria de Jesus Agreda e o livrinho Imitação de Cristo de Thomas Kempis, tem grande valor (geme). Não quero falar disso.
É preciso que estes livros sejam difundidos. Mas também é necessário procurar neles temas para homilias, ideais, o que é muito importante para o confuso mundo de hoje, para os fiéis do nosso tempo.
Tenho que falar do imenso valor destas "desbotadas" estampas com imagens piedosas. Já falei uma vez acerca deste assunto. Deveis falar dele, do alto dos púlpitos, e é também necessário que fique registrado no livrinho. Sobretudo as estampas que contém promessas têm um grande valor. E vós deveis dar a conhecer essas promessas, que foram feitas à pessoas piedosas. Muitos não as conhecem e até ao presente nunca as leram.
A propósito da estampa com a Agonia de Cristo, onde Cristo está ajoelhado no Jardim das Oliveiras com o Cálice, há uma oração à qual estão ligadas grandes promessas. É necessário mencionar também a imagem de Jesus Misericordioso e o Terço da Misericórdia, a que estão também ligadas promessas importantes.
Seria ótimo ter destas estampas em grandes quantidades por toda a parte, distribuí-las e mesmo... sim, lançá-las por todo o lado e, se isso fosse possível, colá-las às costas de cada um. Sois tão estúpidos como cepos! Tendes à vossa disposição essas pagelas, essas promessas, esses privilégios e não o utilizais, pelo menos a grande maioria das pessoas não se servem delas!
Há ainda outros folhetos deste gênero, por exemplo, o da Santa Brígida da Suécia e do Coração de Jesus. A devoção ao Coração de Jesus está atualmente muito reduzida. A ela estão também ligadas grandes promessas e o mesmo se pode dizer da devoção ao Imaculado Coração de Maria. A Verdadeira Devoção, segundo S. Luiz Maria Grignion de Montfort, também quase caiu no esquecimento.
Se soubésseis o valor destes folhetos com imagens, que acabo de mencionar, em particular às da Santa Face, da Agonia de Cristo e de Jesus Misericordioso, por-lhe-íeis uma moldura em ouro, tal como ao Terço!
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Coração Imaculado de Maria, com as suas importantes promessas, o Terço da Misericórdia, a contemplação da amarga Agonia de Cristo e a devoção à Santa Face - estas cinco - ocupam o lugar de honra. Difundi-as por toda a parte. Ela (aponta para cima) assim o quer. Deveis falar delas nas vossas homilias. Estas devoções encerram grandes virtudes. Se as pessoas conhecessem estas coisas, se soubessem perseverar na oração, ter-se-iam convertido ou, pelo menos, não cairiam tão baixo (geme).
O PAPA E A IGREJA
B - A situação atual do mundo é muito grave. O Papa sofre tanto. Como lhe é insuportável ver o que se passa! É um mártir, sofre mais do que Santo Estevão! Como ele já pouco pode dizer deveis ao menos dedicar-vos à difusão destes livros de Maria Agreda, de Catarina Emmerich e da Imitação de Cristo. É isso que os lá de cima desejam.
Dar-se-á, sem dúvida, um grande combate, um grande combate! Ela, lá em cima (aponta para cima), bem o sabe.
O Papa sofre horrivelmente por causa da nova Missa. Ele sabe que o documento relativo à Missa não foi acolhido como ele desejaria, e que a nova missa... (solta gritos horríveis). Ah! Nós não gostamos de falar do Papa. Temos mais que fazer, temos que nos ocupar dos homens. Nós já não podemos atacar, pessoalmente o Papa (rosna desesperado).
Nós já uma vez afirmamos que o Papa Paulo VI tinha elaborado e queria promulgar um documento a favor da antiga Missa. Por outras palavras: o Papa queria re-introduzir a Missa do S. Pio V, a Missa Tridentina. Tinha redigido, com todo o cuidado, um documento nesse sentido. Era, então, seu desejo publicá-lo Urbi et orbi.
Alguns dos seus subordinados entraram em deliberação para verem como poderiam impedir o restabelecimento da antiga Missa. Redigiram então outro documento, que imitava o primeiro duma maneira tão perfeita, quer no formato, quer na redação, que seria difícil uma pessoa aperceber-se, à primeira vista, de que se tratava dum documento falso.
E - Porque é que o Espírito Santo permite estas coisas? Belzebu diz a verdade (...)!
B - Permite-as, para que se cumpram as Escrituras. Há muito que se afirma que virão tempos tão confusos que cada um dirá: "Cristo está aqui!" ou "Cristo está ali!" Hoje, uns dizem "Isto é melhor" outros afirmam "aquilo é melhor", e ninguém sabe o que quer. Cada um pensa que é bom, que é superior, e põe-se à frente dos outros. Há mesmo pessoas que seguem a muitos "Cristos"..., e outras que seguem somente um... normalmente o falso (ri maldoso).
E - Mas a Igreja Católica é guiada pelo Espírito Santo (...). Em nome (...)!
B - Sem dúvida que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo, mas se certos Cardeais e Bispos não forem melhores, não é culpa nossa que se deixem levar pela nossa malícia.
No fundo, a Igreja não precisava de sofrer esta crise, mas é necessário que as coisas se passem assim, que o mundo seja passado a crivo, segundo a profecia do próprio Cristo. Virão brevemente tempos em que só haverá uma esquerda e uma direita e nenhuma situação intermédia. Talvez as coisas não se passem assim, se não tivéssemos chegado à esta confusão. É preciso que o mundo seja passado a crivo. Os cristãos que ficarem serão melhores que os dos últimos cinco séculos da Igreja.
Eu, Belzebu, devo ainda dizer que as revelações do Apocalipse de S. João, tal como se encontram na Bíblia, são mal compreendidas pela maior parte das pessoas, porque foram escritas numa linguagem misteriosa. Para melhor as compreender deve consultar-se o livro de Maria Agreda. Lá se encontra a explicação de muitas coisas relativas à Revelação. Estamos nos últimos tempos e é por isso que todos os fiéis devem pegar nestes livros e seguir os seus ensinamentos. Neles encontrarão uma melhor informação sobre todas estas coisas.
B - A situação atual do mundo é muito grave. O Papa sofre tanto. Como lhe é insuportável ver o que se passa! É um mártir, sofre mais do que Santo Estevão! Como ele já pouco pode dizer deveis ao menos dedicar-vos à difusão destes livros de Maria Agreda, de Catarina Emmerich e da Imitação de Cristo. É isso que os lá de cima desejam.
Dar-se-á, sem dúvida, um grande combate, um grande combate! Ela, lá em cima (aponta para cima), bem o sabe.
O Papa sofre horrivelmente por causa da nova Missa. Ele sabe que o documento relativo à Missa não foi acolhido como ele desejaria, e que a nova missa... (solta gritos horríveis). Ah! Nós não gostamos de falar do Papa. Temos mais que fazer, temos que nos ocupar dos homens. Nós já não podemos atacar, pessoalmente o Papa (rosna desesperado).
Nós já uma vez afirmamos que o Papa Paulo VI tinha elaborado e queria promulgar um documento a favor da antiga Missa. Por outras palavras: o Papa queria re-introduzir a Missa do S. Pio V, a Missa Tridentina. Tinha redigido, com todo o cuidado, um documento nesse sentido. Era, então, seu desejo publicá-lo Urbi et orbi.
Alguns dos seus subordinados entraram em deliberação para verem como poderiam impedir o restabelecimento da antiga Missa. Redigiram então outro documento, que imitava o primeiro duma maneira tão perfeita, quer no formato, quer na redação, que seria difícil uma pessoa aperceber-se, à primeira vista, de que se tratava dum documento falso.
E - Porque é que o Espírito Santo permite estas coisas? Belzebu diz a verdade (...)!
B - Permite-as, para que se cumpram as Escrituras. Há muito que se afirma que virão tempos tão confusos que cada um dirá: "Cristo está aqui!" ou "Cristo está ali!" Hoje, uns dizem "Isto é melhor" outros afirmam "aquilo é melhor", e ninguém sabe o que quer. Cada um pensa que é bom, que é superior, e põe-se à frente dos outros. Há mesmo pessoas que seguem a muitos "Cristos"..., e outras que seguem somente um... normalmente o falso (ri maldoso).
E - Mas a Igreja Católica é guiada pelo Espírito Santo (...). Em nome (...)!
B - Sem dúvida que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo, mas se certos Cardeais e Bispos não forem melhores, não é culpa nossa que se deixem levar pela nossa malícia.
No fundo, a Igreja não precisava de sofrer esta crise, mas é necessário que as coisas se passem assim, que o mundo seja passado a crivo, segundo a profecia do próprio Cristo. Virão brevemente tempos em que só haverá uma esquerda e uma direita e nenhuma situação intermédia. Talvez as coisas não se passem assim, se não tivéssemos chegado à esta confusão. É preciso que o mundo seja passado a crivo. Os cristãos que ficarem serão melhores que os dos últimos cinco séculos da Igreja.
Eu, Belzebu, devo ainda dizer que as revelações do Apocalipse de S. João, tal como se encontram na Bíblia, são mal compreendidas pela maior parte das pessoas, porque foram escritas numa linguagem misteriosa. Para melhor as compreender deve consultar-se o livro de Maria Agreda. Lá se encontra a explicação de muitas coisas relativas à Revelação. Estamos nos últimos tempos e é por isso que todos os fiéis devem pegar nestes livros e seguir os seus ensinamentos. Neles encontrarão uma melhor informação sobre todas estas coisas.
VERDADEIRAS E FALSAS ALMAS PRIVILEGIADAS
B - Atravessamos uma época de grande confusão e guerras. O que os lá de cima mais lamentam é o aparecimento, hoje em dia, de tantas almas privilegiadas que, na realidade, não o são. Muitas destas almas privilegiadas não o são verdadeiramente.
Devo acrescentar ainda - e faço-o contra à minha vontade - que muitos fiéis tem tendência a seguir, com fanatismo, os que se dizem almas privilegiadas(1). Na verdade, isso é mais fácil do que seguir a Cruz.
Relativamente às autênticas almas privilegiadas, encontramos sempre a Cruz, a incredulidade, a oposição e contradição. E as coisas passam-se assim, porque nós, demônios, permanecemos por detrás de tudo e não queremos o bem. Mas a maioria dos fiéis, pelo menos grande parte deles, tem mais tendência a seguir, não as autênticas almas privilegiadas, mas aquelas onde há muita charlatanearia e fanatismo.
Nunca houve tantas falsas almas privilegiadas como atualmente! É por isso que muitos fiéis, mesmo fiéis piedosos, são induzidos em erro, sobretudo quando se trata de pessoas pouco inteligentes. Nós temos um grande poder e utilizamo-lo especialmente para tentar as almas boas. Estamos a trabalhar afanosamente.
Muitos dos "milagres" que acontecem no seio de certas seitas e que se passam com certas almas privilegiadas, vem lá de baixo (aponta para baixo). Pretende-se que tudo acontece pelo Espírito Santo, mas na realidade tudo é realizado por nós (aponta para baixo), em nome do inferno (2). Nós podemo-nos transformar em "Anjos de Luz." Também é possível curar doentes, em nosso nome, se isso servir duma maneira vantajosa aos nossos objetivos. É mais fácil aos perversos realizarem coisas extraordinárias pelo poder do inferno e em seu nome, do que às autênticas almas privilegiadas obterem do Céu coisas extraordinárias e verdadeiros milagres. A estas últimas é necessária muita oração e virtude. Por esse motivo é que com as almas privilegiadas autênticas se dão muito menos milagres visíveis. Além disso, acontece às vezes também que almas privilegiadas autênticas se desviem de Deus. É preciso estar muito atento. Também aqui é preciso lembrar aquele aviso: "Examinai tudo, e guardai o que é bom" (Tess. 5,21).
(1) Nesta, novamente, ele acerta em cheio. Primeiro que há milhares de falsos profetas por aí. Segundo, mesmo que se tratem de verdadeiros embusteiros, sempre encontram alguém fanatizado, capaz de os seguir e divulgar. Uns outros dirigidos pelo inferno. Quanto aos fanáticos, aqui ele menciona uma palavra correta, a falta de inteligência, e esta é uma verdade. Um seguidor de profeta, que não perceba que nos livros e revelações dele existem centenas, para não dizer milhares de heresias, na verdade dá provas de pouca inteligência.
(2) Vejam, as mesmas coisas que já revelamos no artigo denominado Falsas Curas. Também o inferno pode curar, quando isso lhe interessa. Ele usa as seitas, o espiritismo e a macumba, exatamente para atrair as pessoas com promessas de cura. E as pessoas vão lá incautamente, para desta forma prostituírem suas almas.
OS ÚLTIMOS TEMPOS
B - Cristo disse: Tempos virão em que vos será dito: "Cristo está aqui", "Ei-lo ali". Se alguém vos disser: "Ele está no deserto", não o acrediteis, pois surgirão falsos Cristos e falsos profetas, que darão grandes sinais, de maneira tal que, se fosse possível, até os eleitos seriam enganados. Estas palavras poderiam aplicar-se muito bem às falsas almas privilegiadas. Muitos correm atrás delas como atrás de falsos Cristos.
De fato, o Anti-Cristo surgirá como um falso Cristo, mas estas palavras podem aplicar-se também ao que acabo de referir. Estais agora na prova, mas a Igreja ressuscitará com novo esplendor. Escutai uma comparação tomada da figueira: quando nos troncos aparecem as folhas, sabeis que o Verão está próximo.
Assim também, quando virdes suceder estas coisas, sabereis que está perto o Reino de Deus(Luc.21,29-31). Agora, esse tempo está terrivelmente perto. Ela (aponta para cima) manda dizer: "Coragem! Fazei penitência e convertei-vos, enquanto ainda é tempo"... pois o Seu Dia vai chegar (ruge como um leão), o Dia da Justa cólera de Deus.
B - Atravessamos uma época de grande confusão e guerras. O que os lá de cima mais lamentam é o aparecimento, hoje em dia, de tantas almas privilegiadas que, na realidade, não o são. Muitas destas almas privilegiadas não o são verdadeiramente.
Devo acrescentar ainda - e faço-o contra à minha vontade - que muitos fiéis tem tendência a seguir, com fanatismo, os que se dizem almas privilegiadas(1). Na verdade, isso é mais fácil do que seguir a Cruz.
Relativamente às autênticas almas privilegiadas, encontramos sempre a Cruz, a incredulidade, a oposição e contradição. E as coisas passam-se assim, porque nós, demônios, permanecemos por detrás de tudo e não queremos o bem. Mas a maioria dos fiéis, pelo menos grande parte deles, tem mais tendência a seguir, não as autênticas almas privilegiadas, mas aquelas onde há muita charlatanearia e fanatismo.
Nunca houve tantas falsas almas privilegiadas como atualmente! É por isso que muitos fiéis, mesmo fiéis piedosos, são induzidos em erro, sobretudo quando se trata de pessoas pouco inteligentes. Nós temos um grande poder e utilizamo-lo especialmente para tentar as almas boas. Estamos a trabalhar afanosamente.
Muitos dos "milagres" que acontecem no seio de certas seitas e que se passam com certas almas privilegiadas, vem lá de baixo (aponta para baixo). Pretende-se que tudo acontece pelo Espírito Santo, mas na realidade tudo é realizado por nós (aponta para baixo), em nome do inferno (2). Nós podemo-nos transformar em "Anjos de Luz." Também é possível curar doentes, em nosso nome, se isso servir duma maneira vantajosa aos nossos objetivos. É mais fácil aos perversos realizarem coisas extraordinárias pelo poder do inferno e em seu nome, do que às autênticas almas privilegiadas obterem do Céu coisas extraordinárias e verdadeiros milagres. A estas últimas é necessária muita oração e virtude. Por esse motivo é que com as almas privilegiadas autênticas se dão muito menos milagres visíveis. Além disso, acontece às vezes também que almas privilegiadas autênticas se desviem de Deus. É preciso estar muito atento. Também aqui é preciso lembrar aquele aviso: "Examinai tudo, e guardai o que é bom" (Tess. 5,21).
(1) Nesta, novamente, ele acerta em cheio. Primeiro que há milhares de falsos profetas por aí. Segundo, mesmo que se tratem de verdadeiros embusteiros, sempre encontram alguém fanatizado, capaz de os seguir e divulgar. Uns outros dirigidos pelo inferno. Quanto aos fanáticos, aqui ele menciona uma palavra correta, a falta de inteligência, e esta é uma verdade. Um seguidor de profeta, que não perceba que nos livros e revelações dele existem centenas, para não dizer milhares de heresias, na verdade dá provas de pouca inteligência.
(2) Vejam, as mesmas coisas que já revelamos no artigo denominado Falsas Curas. Também o inferno pode curar, quando isso lhe interessa. Ele usa as seitas, o espiritismo e a macumba, exatamente para atrair as pessoas com promessas de cura. E as pessoas vão lá incautamente, para desta forma prostituírem suas almas.
OS ÚLTIMOS TEMPOS
B - Cristo disse: Tempos virão em que vos será dito: "Cristo está aqui", "Ei-lo ali". Se alguém vos disser: "Ele está no deserto", não o acrediteis, pois surgirão falsos Cristos e falsos profetas, que darão grandes sinais, de maneira tal que, se fosse possível, até os eleitos seriam enganados. Estas palavras poderiam aplicar-se muito bem às falsas almas privilegiadas. Muitos correm atrás delas como atrás de falsos Cristos.
De fato, o Anti-Cristo surgirá como um falso Cristo, mas estas palavras podem aplicar-se também ao que acabo de referir. Estais agora na prova, mas a Igreja ressuscitará com novo esplendor. Escutai uma comparação tomada da figueira: quando nos troncos aparecem as folhas, sabeis que o Verão está próximo.
Assim também, quando virdes suceder estas coisas, sabereis que está perto o Reino de Deus(Luc.21,29-31). Agora, esse tempo está terrivelmente perto. Ela (aponta para cima) manda dizer: "Coragem! Fazei penitência e convertei-vos, enquanto ainda é tempo"... pois o Seu Dia vai chegar (ruge como um leão), o Dia da Justa cólera de Deus.
Aqui terminam as revelações. A expulsão final de Judas se deu da mesma forma como a de Akabor, que está no terceiro capítulo desta série. Um terror! Ninguém fará conta, jamais, do que significa o inferno. Ninguém, jamais, poderá pintar um quadro verdadeiro do que significa a realidade do afastamento eterno de Deus. Mesmo que se inventem novos idiomas, jamais, uma palavra definirá aquele esmagamento. E esta realidade, jamais deverá também ser posta de lado, como inofensiva, porque este é mais um ardil das trevas. Foi desta forma que elas conseguiram calar os padres, calar os leigos, calar a Igreja. Um dia eles todos perceberão o quanto a humanidade perdeu por causa disso. E a conta negativa, lhes será totalmente imputada, para desespero de muitos.
Jamais devemos deixar de alertar contra o inferno. As nossas almas têm valor infinito e Deus tem um grande amor por todas elas. Uma só alma incauta, alertada, que se salve, será um prêmio de eterna felicidade para aquele que o conseguiu, com as suas orações, com os seus sacrifícios, com os seus avisos e alertas. Vale a pena fazer parte do exército de Deus. Porque não é contra criaturas de carne, como diz São Paulo, que devemos lutar, mas sim contra os espíritos infernais que povoam os ares, em miríades de miríades, como moscas ao redor de uma carniça. Nós somos o alvo deles e nossas almas. E só com muita oração é que conseguiremos levar de vencida, pois aí, ligados em Deus e sob proteção plena.
Oração, oração, oração! Amor, amor, amor!
O Rosário é a grande arma!
Oração, oração, oração! Amor, amor, amor!
O Rosário é a grande arma!
GRITOS DAS TREVAS - Parte 11
Para manter fidelidade ao livro, evitando que partes importantes possam ficar fora do conhecimento do leitor, acrescentamos neste último texto as críticas feitas pelos padres e as defesas do livro. Manteremos a originalidade, sem comentários, apenas para aqueles que quiserem se aprofundar.
APÊNDICE
RESPOSTAS À ALGUMAS CRÍTICAS
PELO PADRE ARNOLD RENZ, SDS.
1. Cristo não aceitou o testemunho dos demônios e ordenou-lhes: Calai-vos.
a) O próprio Cristo estava presente. Ainda não tinha revelado a Sua divindade e não necessitava do testemunho dos demônios. O Pai testemunharia por Ele.
b) Cristo também ordenou aos Seus Apóstolos que se calassem. Depois da Sua Transfiguração no Monte Tabor disse aos Apóstolos: "Não faleis a ninguém desta visão, enquanto o Filho do Homem não ressuscitar dos mortos" (Mt. 17,9).
c) A pouco e pouco Cristo foi preparando os homens para a revelação da Sua divindade. Por esse motivo é que recusou o testemunho dos demônios. Mas permitiu também que eles dissessem: "Nós sabemos quem és: és o Santo de Deus" (Lc. 4,34). Ele poderia ter impedido esta declaração, contudo não o fez.
2. Nós temos os ensinamentos da Igreja, não precisamos do testemunho dos demônios.
a) Os demônios não nos ensinam verdades de fé. Quando falam de si próprios, sobretudo quando dizem o que querem, misturam habitualmente e habilmente a verdade e o erro.
b) Não se devem fazer perguntas indiscretas. Quando isso acontece, deve contar-se com respostas mentirosas. Isto não se aplica só aos demônios, mas também aos videntes e às almas privilegiadas. Infelizmente, são muitas vezes tomados por agências de informações. Por exemplo, uma vez perguntaram ao Santo Cura d'Ars: "O meu marido está no Purgatório?" Ele respondeu: "Isso é que não lhe sei dizer. Nunca lá estive".
Pelo contrário, noutra ocasião, respondeu: "O homem em questão, salvou-se. Teve tempo de fazer um ato de contrição". Neste caso havia um motivo especial. Não se tratava apenas de dar a resposta a um pergunta curiosa.
c) A existência dos demônios é um fato. A Sagrada Escritura informa-nos sobre a existência do inferno e dos demônios. O Papa fala da existência e da ação dos demônios. Apesar disso, muitos não o acreditam. Por esse motivo é que a Santíssima Virgem disse ao Padre Gobbi: "O Papa sofre e reza; está sobre uma cruz que o consome e que o mata. Agora, ele também falou, mas a sua voz é como a semente caída no deserto. A minha Igreja transformou-se num deserto, ou em algo ainda pior".*
Através dos possessos a existência e a ação dos demônios tornam-se palpáveis. Ela é, além disso, um sustentáculo para a nossa fé.
d) As verdades ensinadas pela Igreja estão atualmente reduzidas ao silêncio. Por exemplo, quem falou nestes últimos anos do Inferno e dos demônios? O inferno e os demônios foram praticamente considerados tabu para a pregação da Igreja, do Reino de Deus. Só com o caso Kligenberg** é que o problema voltou a ser discutido à escala mundial.
Resultado: Uma divisão dos espíritos - uns acreditavam, outros negavam a existência de satanás e do inferno. Daí resultou, por outro lado, na negação dos fatos, por outro, uma fé renovada. Muitos, porém, foram levados a refletir sobre o inferno e satanás, o que nunca teria acontecido se não fosse o caso Klingenberg.
e) Nós não necessitaríamos nem das revelações feitas nos lugares de Aparições, nem das revelações de Videntes ou almas privilegiadas, se lêssemos mais seriamente a Sagrada Escritura. Assim, por exemplo, Maria diz ao Padre Gobbi: "As Minhas mensagens multiplicam-se tanto mais, quanto mais a voz dos meus servos se recusa a anunciar a verdade. Aquelas verdades tão importantes para a vossa vida já não são proclamadas, por exemplo: os ensinamentos sobre o Paraíso que vos espera, sobre a Cruz de Meu Filho que vos salva, sobre o pecado que fere o Coração de Jesus e o Meu, sobre o inferno, no qual tantas almas se precipitam diariamente, sobre a urgência da oração e da penitência".
f) Se os demônios se limitassem a falar de si próprios, tínhamos que recusar as suas revelações. Mas, precisamente nestes últimos casos de possessão, a Santíssima Virgem mostra o Seu poder e a Sua soberania. Ela obriga os demônios a manifestar verdades necessárias à Igreja do nosso tempo, verdades esquecidas que é preciso relembrar.
g) Os ensinamentos da Igreja são recusados, do mesmo modo que as mensagens da Santíssima Virgem nos lugares das Suas Aparições e as revelações das almas privilegiadas. Recusam-se as lágrimas, as lágrimas de sangue da Mãe do Céu. Agora, a Santíssima Virgem tenta ainda um novo meio: as revelações dos demônios. Mas também elas, por sua vez, só são aceitas onde ainda brilha um mínimo de boa vontade.
h) As revelações dos demônios não são senão um favor do Céu, uma prova do Amor pleno de solicitude da Santíssima Virgem.
i) A Santíssima Virgem disse, nas bodas de Caná: "Fazei tudo o que Ele vos disser". Mas hoje, já não se faz o que Ele nos diz. A Santíssima Virgem repete-nos hoje, mas com mais urgência: "Fazei o que Ele vos disser". Ela di-lo mesmo através dos demônios, para que nós sejamos salvos e para que contribuamos para a salvação dos outros.
j) Como, Mãe da Igreja, assim a definiu Paulo VI no Concílio, tudo quer fazer para salvar os Seus filhos, os resgatados por seu Filho. Teriam, porventura, as almas menos valor para Ela do que para o inferno, que emprega todos os esforços, que trabalha sem cessar, para as perder?
* Referia-se à alocução de S.S. Paulo VI sobre o demônio. Os textos destas locuções encontram-se em "Nossa Senhora aos Seus Sacerdotais", Braga, 1986.
** Caso de uma rapariga que morreu durante o exorcismo oficial.
3. Mas como é possível que os demônios falem entre si, falem em detrimento do inferno? Eles só podem querer o mal da Igreja!
a) É claro que os demônios só querem fazer-nos mal. Não nos querem dizer o que contraria o inferno. O seu objetivo principal é denegrir a Igreja, sempre que isso for possível. Mas já Goethe punha estas palavras na boca do demônio: "Eu sou a força que só quer o mal, e que, contudo, pratica sempre o bem". *
b) O que se passa com os possessos é precisamente isto: o poder da Santíssima Virgem exprime-se de maneira tangível, quando força os demônios a anunciar o bem e a verdade.
c) Os demônios não querem fazer estas revelações. Só as fazem quando são obrigados, sob o poder e as ordens da Santíssima Trindade e a da Santíssima Virgem. Só fazem estas revelações quando, intimados em nome da Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem, do Coração Imaculada de Maria ou em nome de Jesus, são obrigados a dizer a verdade e só a verdade. (No texto, estas exigências feitas aos demônios foram, na sua maioria abreviadas ou omitidas, por falta de espaço e para que a leitura não se tornasse excessivamente monótona). Mas sem essas ordens, pode acontecer - como aliás aconteceu - ouvir o demônio exclamar: "Estás a ser insolente." - Porquê? - interrogou o exorcista - "Dizes apenas: diz a verdade! Se falas só em teu nome, então não somos obrigados a revelar o que quer que seja"!
d) Estas revelações são uma dádiva que o Céu concede à Igreja. Se assim forem consideradas podem fazer muito bem. Para muitas almas, podem significar o bem espiritual e a salvação, para a Igreja, a renovação. Por isso mesmo é que os possessos sofrem tão horrivelmente, sofrem até ao limite do possível. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a jovem Annelise Michel, no caso Klingenberg, que morre depois do exorcismo. A esse respeito, confessarão os demônios: "Nós atormentamo-la para lá de qualquer medida, a tal ponto que deveria ter desesperado e desistido. Nós esperávamos que, no seu desespero caísse nas nossas mãos. Mas não conseguimos alcançar o nosso objetivo! Ela resistiu e nós, demônios, fomos horrivelmente injuriados por lúcifer". E os demônios acabaram mesmo por confessar: "Se ela não foi imediatamente para o Céu, decerto chegou bem alto, bem alto".
Aqueles que conhecem a vida da possessa destes "Avisos" puderam verificar os sofrimentos monstruosos que ela desde há anos vem agüentando. Tais sofrimentos e uma vida assim são garantia da autenticidade desta possessão e destas revelações. É por isso que o livro constituirá uma obra importante, para o bem das almas e para a Igreja.
e) O inferno agita-se e procura destruir o livro.
Sem a proteção da Santíssima Virgem e da Santíssima Trindade não se teria conseguido vencer os obstáculos e as dificuldades, e a sua publicação jamais teria sido possível. Os próprios demônios tiveram que reconhecê-lo. Aliás, todos aqueles que nele colaboraram, bem o sabiam, mesmo sem as revelações demoníacas. Estas, só o vieram a confirmar mais tarde.
f) Para os exorcismos e adjurações a partir de 10 de Junho e até 3 de Julho posso dizer que segui as instruções do "Ritual Romanum", segundo as quais o exorcista não se deve deixar levar no engodo das palavras dos demônios ou por perguntas sobre questões futuras ou secretas, pois não é nisso que consiste o seu trabalho.
g) Pelo desenrolar das "Confissões" verificou-se que a Santíssima Virgem decerto, como um último recurso, quis revelar pela boca dos demônios o que é útil para a Igreja e para o bem das almas. Só neste sentido, é que foram feitas perguntas e exigidas novas revelações, mas "somente a verdade e o que a Santíssima Virgem quer".
h) Antes das revelações importantes foram exigidas certas e determinadas orações, "para que nós (demônios) sejamos obrigados a dizer a verdade".
i) Se os demônios não falassem a "linguagem do inferno", a possessão não seria autêntica. Os demônios voltam sempre a exprimir o seu ponto de vista. O leitor reconhecerá facilmente quando os demônios exprimem o seu próprio ponto de vista.
j) Os demônios estão ligados ao "instrumento", no seu modo de falar. Também é possível que as idéias do "instrumento" (da pessoa possessa) se misturem com as suas revelações. É por isso que é sempre necessário confrontar as revelações com os ensinamentos verdadeiros da Santa Igreja. "Examinai tudo, retendo apenas o que for bom" - diz S. Paulo.
k) Num tempo em que os demônios são particularmente poderosos - como parece ser agora o caso, parece muito oportuno que a Santíssima Virgem, a vencedora de todos os combates de Deus que há-de esmagar a cabeça a satanás, os force a fazer revelações mesmo contra a sua vontade, para bem dos homens e da Igreja. Também isto é um triunfo de Maria.
m) Se Ela pede constantemente que o livro seja impresso o mais rapidamente possível (porque o tempo urge?), certos pontos mais obscuros não puderam ser acompanhados de notas explicativas.
n) Durante a realização deste livro rezou-se muito. Os próprios demônios pediam constantemente, da parte da Santíssima Virgem, certas e determinadas orações. "Rezai muito ao Espírito Santo"!
Se o leitor, por seu lado, aceitar este convite, decerto tirará grande proveito desta leitura. Há-de receber a luz necessária, mesmo para aquelas passagens que não têm a necessária clareza.
* O demônio pratica e quer só o mal, mas Deus faz com que tudo concorra para o bem daqueles que ama, inclusivamente a ação do diabo.
N.B. - A documentação final esclarece alguns pontos controversos do Exorcismo e dá ao leitor a linha doutrinal da Igreja nestas matérias.
DOCUMENTOS
O QUE É A POSSESSÃO?
Pelo Padre Arnold Renz, SDS
Provas da existência do demônio - Elas encontram-se nos ensinamentos de Cristo nas Sagradas Escrituras; nos ensinamentos do magistério eclesiástico; nos ensinamentos dos Papas, representantes de Cristo. Estes ensinamentos concordam: o demônio existe.
A ação do demônio - O demônio exerce um grande poder, não apenas pela sua ação íntima sobre os homens e pela tentação, para os fazer cair em pecado e os afastar de Deus, mas também pelo seu domínio sobre determinadas pessoas através da possessão.
A Possessão - Embora a possessão não possa ser provada nem confirmada pela Ciência (Psicologia) ela tenta estudá-la, saindo assim da sua competência. A sua existência tem, no entanto, de ser aceita. Mesmo abstraindo dos ensinamentos do Magistério e das Sagradas Escrituras, ela foi experimentada por Santos (por ex: S. João da Cruz, o caso duma religiosa na vida de Santa Teresa de Ávila, o Santo Cura d'Ars e tantos outros). A história da Igreja fornece um grande número de casos de possessão, que não são aqui mencionados.
É preciso grande prudência na aceitação de certos casos de possessão, pois existem doenças psicológicas que se assemelham muito à possessões. Há diferentes fenômenos, ou manifestações, que provam a possessão. O mais evidente á a reação ao exorcismo feito apenas mentalmente: é o chamado "exorcismo probativus." Mas mesmo neste caso é possível que os demônios se escondam, que não se manifestem e não reajam. No caso de não reagirem, isso não prova que eles não estejam presentes. Mas se reagem, isso prova que há possessão. Um fator importante é fornecido pelo comportamento perante objetos benzidos, relíquias, água benta, medalhas... Mas, neste caso, não é preciso que a pessoa saiba previamente que os objetos estão benzidos.
O comportamento perante a água vulgar e a água benta é um sinal da presença dos demônios. Certas pessoas tem o dom de distinguir a água vulgar da água benta, mas a sua reação não é uma rejeição furiosa. A reação furiosa não se pode explicar dum modo natural.
Um outro sinal comprovativo é o sucesso do exorcismo. Citamos apenas um caso: o dos pequenos possessos de Illfurt(1). Estes demônios puderam ser expulsos. Depois da sua expulsão, por exorcismos que se prolongaram durante dois anos, as crianças ficaram absolutamente normais.
O fracasso do exorcismo será um sinal negativo?
a) Se não há realmente possessão, o exorcismo não pode resultar. Em certos casos pode até mesmo prejudicar.
b) Há casos de possessão que têm um objetivo particular: por exemplo, a purificação de uma pessoa que vive no pecado ou o castigo para uma vida de pecado, mas também há especialmente casos de pessoas que se consagram ao diabo. Tais casos são, na maior parte das vezes, longos e exigem um esforço enorme da parte do exorcista, mas não são casos desesperados, sobretudo se a pessoa tiver boa vontade (o caso de Magda com o Padre Rodewyk) (2).
c) Um caso particular de possessão é o que se chama "possessão expiadora." As pessoas em causa não são pessoalmente culpadas. Podem, por exemplo, ter sido amaldiçoadas. Porque é que num ou noutro caso a maldição dá efeito e noutros não? Continua a ser um mistério. Se certas pessoas aceitam sofrer por outras, tal disposição pode traduzir-se em possessão. A possessão obriga a um sofrimento horrível. A história mostra que o possessos que sofreram muito tempo não chegam a velhos (o caso dos meninos de Illfurt).
Há possessos que sofrem pela humanidade, pela Igreja ou por determinados grupos de pessoas, por exemplo, Sacerdotes.
d) Quando se consideram certos casos como, por exemplo, o de Nicolau Wolf, de Rippertschwand(3) ou o de Altotting(4), pode-se pensar que estes casos têm uma missão especial a cumprir na Igreja: não só pelos sofrimentos evidentes, mas também pelas suas revelações. Podíamos citar aqui o caso que é objeto desta obra ou o caso Klingenberg(5). As revelações feitas nestes casos devem ser consideradas um testemunho e um auxílio à Igreja nos tempos difíceis que atravessa. Estes casos resistem ao exorcismo até se cumprirem determinados objetivos. No caso de Klingenberg, o sofrimento prolongou-se até à conformação com Cristo e a morte na Cruz. Anneliese morreu de fome e sede.
O demônio declara nesta obra a propósito de Klingenberg: "Deus submeteu esta família e a todos os que tomaram parte no assunto, a uma prova indizível. Ele chamou a Si essa pobre alma sofredora, para que acabasse o seu martírio e pudesse gozar da Beatitude eterna." Acrescentaram depois: "Mesmo que ela (Anneliese) não tivesse sido imediatamente elevada à eterna Bem Aventurança, ficou muito alto, muito alto"(10 de Junho de 1977). A morte de Anneliese foi permitida por Deus e não devida a um fracasso do exorcismo.
Em que é que consiste exatamente a possessão?
No caso dos possessos, o demônio não só toma posse da alma da pessoa, como é o caso do pecado grave ou "pecado mortal", como também do corpo e das forças físicas, psíquicas, de modo que a pessoa deixa de poder dispor livremente do seu corpo, do seu espírito e da sua vontade. Outro - o demônio - apoderou-se deles. A pessoa possessa não pode reagir contra o que os demônios querem fazer por seu intermédio. No entanto, uma ponta de inteligência, a mais profunda, e a vontade, podem opor-se a todo o mal que os demônios querem impor. Neste caso, a pessoa não comete qualquer falta. Ainda menos se pode falar de culpa, se durante a "crise", ou depois dela, a pessoa não se lembra de nada. Foi o caso, por exemplo, das crianças de Illfurth que, no fim, de nada se lembravam do que tinha acontecido durante a possessão.
Muito especialmente, nos casos de "possessões expiadoras", há o que se chama a possessão lúcida, isto é, a pessoa possessa sabe totalmente ou em parte, o que faz e diz. Nestes casos, estamos perante um sofrimento imensamente penoso, que é suportado com pleno conhecimento.
Causas da possessão - Resumindo: pode haver um pecado grave, que abre as portas aos demônios. Pode acontecer que a pessoa em causa se entregue ao demônio por um pacto assinado com o seu próprio sangue(o caso de uma religiosa, na vida de Santa Teresa de Ávila e S. João da Cruz) que essa pessoa se entregue a práticas ocultas ou que tenha uma intenção especial: reparação ou algo semelhante.
A possessão e a Ciência - Satanás e a possessão pertencem ao sobrenatural. A Ciência não tem acesso ao sobrenatural. Ela ocupa-se dos fenômenos. Se a Ciência discute sobre satanás ou sobre a possessão, ultrapassa os limites da sua competência e não merece crédito. O mesmo se pode dizer quanto à Psicologia e à Medicina.
É razoável e até aconselhável que quando se desconfia de que há possessão, pensar em primeiro lugar, nas causas naturais e também nas doenças psíquicas. Mas a razão exige que se atenda à possibilidade de uma possessão. Um exame cuidadoso do caso deve estabelecer as causas do estado da pessoa. O fracasso da Medicina no tratamento do caso pode ser um sinal de possessão. Quando a Ciência desiste, é preciso que o caminho fique aberto ao exorcismo, ao remédio apresentado pela Igreja, conforme as ordens de Cristo: "Expulsai os demônios"(Mt.10,8). O erro, segundo o qual, Cristo estaria condicionado pela mentalidade do seu tempo, relativamente aos demônios, contradiz a Sua Divindade e deve ser rejeitado.
A Possessão é uma doença?
Fundamentalmente a possessão não é uma doença; no entanto, pode atrelar-se a uma doença. Muitas das vezes, as doenças dos possessos desaparecem com a expulsão do demônio e não podem ser combatidas pela medicina.
Que é exorcismo?
O exorcismo é o remédio da Igreja, que se esforça por expulsar o demônio pela oração, por leituras da Sagrada Escritura, por adjurações, intimações em nome de Jesus, uso da água benta, bênçãos, Sinais da Cruz, a imposição da estola, a imposição das mãos. Seria um erro pensar que basta um único exorcismo para expulsar os demônios. É um duro combate entre o exorcista e os demônios.
Estes repetem constantemente: "Nós não somos obrigados a partir já." É por isso que também aqui é válido o aforismo: Deus tem a última palavra a dizer.
NOTAS
1) 1) Padre P. Sutler: «O poder de satanás e a sua ação.»
Editora Siegfried Hacker, Grobenzell, 7. ed. 1975. História dos pequenos possessos de Illfurt. Há tradução em francês na editora Résiac.
2) 2) P. Adolf Rodewyk, SJ: «A possessão demoníaca nos Tempos de Hoje.» o caso Magda. Edição alemã de Paul Pattloch, Aschaffnbourg, 1976.
3) 3) Johann Erni - Sermões do diabo - Nicolas Wolf, de Rippertschwand. Editora Siegfried Hacker. Grobenzell, 1975. Edição alemã.
4) 4) Teufelspredigt von Altoltting - Sermões do diabo de altoltting.
5) 5) Sobre o «Caso Klingenberg» ainda não há nada publicado em definitivo.
CARDEAL HOFFNER:
Entrevista* sobre as possessões.
SL - A trágica morte, no verão de 1976, da estudante de Pedagogia, Anneliese Michel, falecida após os exorcismos de Klingenberg, excitou violentamente os espíritos. Foi dito, então, que era inadmissível que num século civilizado, como o século XX, se pudesse ainda acreditar no diabo e na possessão. Os Padres que fizeram o exorcismo foram considerados co-responsáveis da morte da jovem estudante. O exorcismo devia ser legalmente proibido. Que é que o Sr. Cardeal pensa do caso?
JH - Têm que se fazer duas perguntas: 1ª - Existem de fato os espíritos malignos, a que nós chamamos demônios? 2ª - Esses espíritos podem exercer influência sobre o ser humano?
SL - Comecemos pela questão da existência do demônio. O Papa Paulo VI explicou na Audiência Geral de 15 de Novembro de 1972: «Sabemos que esse ser obscuro e perturbador existe verdadeiramente e que está sempre em atividade». Em 23 de Julho de 1976, o jornalista Hannes Burger, de Munique, comentava assim os ensinamentos do Papa: «Dum modo geral, podemo-nos sorrir ante tal discurso; aliás, patacoadas desse gênero há muito que são consideradas absurdas, mesmo pela Teologia Católica Contemporânea».
JH - Não vamos falar do tom presunçoso das palavras do Hannes Burger. Digo só que é falso afirmar que «a Teologia Católica Contemporânea» nega a existência dos espíritos malignos. Os professores Karl Rahner e Herbert Vorgrimler declaram que «a existência de forças e poderes malignos sobre-humanos e a sua ação no mundo» são «uma verdade de fé" (1). O professor Leo Scheffczyk, da Universidade de Munique declara por seu lado que, «na pregação de Jesus, satanás se apresenta como o adversário da obra de salvação» (2).
"Os diversos poderes - escreve o professor Heinrich Schlier, da Universidade de Roma - que só desenvolvem o único poder satânico, apresentam-se como uma espécie de poder individual" (3).
Joseph Ratzinger, da Universidade de Ratisbona, escreve: "o exorcismo, sobre um mundo ofuscado pelos demônios, pertence inseparavelmente à via espiritual de Jesus e coloca-se no centro da Sua mensagem e na dos Seus discípulos" (4).
Poderia ainda citar outros tantos teólogos, mesmo protestantes. Mas estes exemplos já chegam.
SI - Karl Rahner e Herbert Vorgrimler declaram que a existência dos espíritos malignos, é considerada "como ensinamento bíblico e do magistério eclesial" (5). Poderá o Sr. Cardeal esclarecer mais pormenorizadamente o sentido destas palavras?
JH - O IV Concílio de Latrão, no ano de 1215, resumiu dum modo perfeitamente claro os ensinamentos da Igreja: "No princípio do mundo, Deus exercendo a Sua Força Poderosa, criou do nada, as duas criaturas, a espiritual e a corporal, quer dizer, a angélica e a terrestre e, em seguida, a humana, que de certa maneira encerra em si as outras duas, pois é composta de espírito e corpo. Porque o diabo e os outros espíritos malignos foram criados bons por Deus. Eles próprios é que se tornaram maus" (6).
Este texto significativo compreende três afirmações:
1ª Deus criou tudo a partir do nada: os Anjos, o Universo e os Homens.
2ª Os espíritos malignos também foram criados por Deus, como seres bons, quer dizer, como Anjos. O mal não é uma estrutura fundamental do ser; não é uma força cósmica do ser.
3ª Estes seres tornaram-se espíritos malignos, quando se separaram de Deus.
O que o IV Concílio de Latrão ensina é a doutrina primitiva da fé Católica. Em 561, o Concílio de Braga declarava: "Se há alguém que diga que o demônio não foi criado por Deus, ao princípio, como um Anjo bom, que não é por natureza uma criatura de Deus mas que, ao contrário, saiu das trevas, que não tem criador, mas que é o princípio e a substância do Mal... que seja anátema. Se há alguém que diga que o demônio... produz pelo seu próprio poder a trovoada, os relâmpagos, as intempéries e a seca... que seja anátema (7).
Ainda muito recentemente, o Concílio Vaticano II declarava que Deus, por Jesus Cristo, «nos libertou da escravidão do demônio e do pecado»(8), e que a atividade da Igreja tem por fim, "a confusão do demônio" (9).
SI - O professor Haag declara que é anti-bíblico insistir na existência do demônio; que o Papa Paulo VI na sua alocução de 15 de Novembro de 1972, exerceu "pseudo-exegese" e interpolou os textos da Sagrada Escritura, "como nenhum estudante, no primeiro semestre, ousaria fazer". Quando a Congregação para a Doutrina e Fé publicou, em Junho de 1975, o seu documento sobre "Fé cristã e demonologia", o professor Haag declarou o seguinte: "Roma falou mais uma vez com rodeios".
JH - Teólogos autorizados refutaram vigorosamente a censura de que era anti-bíblico sustentar a existência do demônio. O professor Joseph Ratzinger escreve: "não é como exegeta, como comentador da Sagrada Escritura, que Haag diz "adeus ao diabo", mas como "homem deste tempo", porque a existência do demônio é inegável. A autoridade, em virtude da qual ele formula a sua opinião, é a da sua filosofia moderna e não a intérprete da Bíblia" (10). Nas pregações de Jesus, satanás é o grande adversário que, no entanto, não tem qualquer poder sobre Ele (João 14,30), porque Jesus quebrou o seu poder: "O príncipe deste mundo está condenado"(João 16,11). Sem dúvida que satanás não está no centro da pregação de Jesus. Mas, "a luta contra o poder dos demônios" faz parte da missão de Jesus, que veio a este mundo, "para destruir as obras do diabo"(I João 3,8).
SI - O professor Haag afirma que "em todas as passagens do Novo Testamento, onde se fala de satanás ou do diabo, pode também compreender-se o pecado ou o mal" (11).
JH - De modo nenhum. N
PELO PADRE ARNOLD RENZ, SDS.
1. Cristo não aceitou o testemunho dos demônios e ordenou-lhes: Calai-vos.
a) O próprio Cristo estava presente. Ainda não tinha revelado a Sua divindade e não necessitava do testemunho dos demônios. O Pai testemunharia por Ele.
b) Cristo também ordenou aos Seus Apóstolos que se calassem. Depois da Sua Transfiguração no Monte Tabor disse aos Apóstolos: "Não faleis a ninguém desta visão, enquanto o Filho do Homem não ressuscitar dos mortos" (Mt. 17,9).
c) A pouco e pouco Cristo foi preparando os homens para a revelação da Sua divindade. Por esse motivo é que recusou o testemunho dos demônios. Mas permitiu também que eles dissessem: "Nós sabemos quem és: és o Santo de Deus" (Lc. 4,34). Ele poderia ter impedido esta declaração, contudo não o fez.
2. Nós temos os ensinamentos da Igreja, não precisamos do testemunho dos demônios.
a) Os demônios não nos ensinam verdades de fé. Quando falam de si próprios, sobretudo quando dizem o que querem, misturam habitualmente e habilmente a verdade e o erro.
b) Não se devem fazer perguntas indiscretas. Quando isso acontece, deve contar-se com respostas mentirosas. Isto não se aplica só aos demônios, mas também aos videntes e às almas privilegiadas. Infelizmente, são muitas vezes tomados por agências de informações. Por exemplo, uma vez perguntaram ao Santo Cura d'Ars: "O meu marido está no Purgatório?" Ele respondeu: "Isso é que não lhe sei dizer. Nunca lá estive".
Pelo contrário, noutra ocasião, respondeu: "O homem em questão, salvou-se. Teve tempo de fazer um ato de contrição". Neste caso havia um motivo especial. Não se tratava apenas de dar a resposta a um pergunta curiosa.
c) A existência dos demônios é um fato. A Sagrada Escritura informa-nos sobre a existência do inferno e dos demônios. O Papa fala da existência e da ação dos demônios. Apesar disso, muitos não o acreditam. Por esse motivo é que a Santíssima Virgem disse ao Padre Gobbi: "O Papa sofre e reza; está sobre uma cruz que o consome e que o mata. Agora, ele também falou, mas a sua voz é como a semente caída no deserto. A minha Igreja transformou-se num deserto, ou em algo ainda pior".*
Através dos possessos a existência e a ação dos demônios tornam-se palpáveis. Ela é, além disso, um sustentáculo para a nossa fé.
d) As verdades ensinadas pela Igreja estão atualmente reduzidas ao silêncio. Por exemplo, quem falou nestes últimos anos do Inferno e dos demônios? O inferno e os demônios foram praticamente considerados tabu para a pregação da Igreja, do Reino de Deus. Só com o caso Kligenberg** é que o problema voltou a ser discutido à escala mundial.
Resultado: Uma divisão dos espíritos - uns acreditavam, outros negavam a existência de satanás e do inferno. Daí resultou, por outro lado, na negação dos fatos, por outro, uma fé renovada. Muitos, porém, foram levados a refletir sobre o inferno e satanás, o que nunca teria acontecido se não fosse o caso Klingenberg.
e) Nós não necessitaríamos nem das revelações feitas nos lugares de Aparições, nem das revelações de Videntes ou almas privilegiadas, se lêssemos mais seriamente a Sagrada Escritura. Assim, por exemplo, Maria diz ao Padre Gobbi: "As Minhas mensagens multiplicam-se tanto mais, quanto mais a voz dos meus servos se recusa a anunciar a verdade. Aquelas verdades tão importantes para a vossa vida já não são proclamadas, por exemplo: os ensinamentos sobre o Paraíso que vos espera, sobre a Cruz de Meu Filho que vos salva, sobre o pecado que fere o Coração de Jesus e o Meu, sobre o inferno, no qual tantas almas se precipitam diariamente, sobre a urgência da oração e da penitência".
f) Se os demônios se limitassem a falar de si próprios, tínhamos que recusar as suas revelações. Mas, precisamente nestes últimos casos de possessão, a Santíssima Virgem mostra o Seu poder e a Sua soberania. Ela obriga os demônios a manifestar verdades necessárias à Igreja do nosso tempo, verdades esquecidas que é preciso relembrar.
g) Os ensinamentos da Igreja são recusados, do mesmo modo que as mensagens da Santíssima Virgem nos lugares das Suas Aparições e as revelações das almas privilegiadas. Recusam-se as lágrimas, as lágrimas de sangue da Mãe do Céu. Agora, a Santíssima Virgem tenta ainda um novo meio: as revelações dos demônios. Mas também elas, por sua vez, só são aceitas onde ainda brilha um mínimo de boa vontade.
h) As revelações dos demônios não são senão um favor do Céu, uma prova do Amor pleno de solicitude da Santíssima Virgem.
i) A Santíssima Virgem disse, nas bodas de Caná: "Fazei tudo o que Ele vos disser". Mas hoje, já não se faz o que Ele nos diz. A Santíssima Virgem repete-nos hoje, mas com mais urgência: "Fazei o que Ele vos disser". Ela di-lo mesmo através dos demônios, para que nós sejamos salvos e para que contribuamos para a salvação dos outros.
j) Como, Mãe da Igreja, assim a definiu Paulo VI no Concílio, tudo quer fazer para salvar os Seus filhos, os resgatados por seu Filho. Teriam, porventura, as almas menos valor para Ela do que para o inferno, que emprega todos os esforços, que trabalha sem cessar, para as perder?
* Referia-se à alocução de S.S. Paulo VI sobre o demônio. Os textos destas locuções encontram-se em "Nossa Senhora aos Seus Sacerdotais", Braga, 1986.
** Caso de uma rapariga que morreu durante o exorcismo oficial.
3. Mas como é possível que os demônios falem entre si, falem em detrimento do inferno? Eles só podem querer o mal da Igreja!
a) É claro que os demônios só querem fazer-nos mal. Não nos querem dizer o que contraria o inferno. O seu objetivo principal é denegrir a Igreja, sempre que isso for possível. Mas já Goethe punha estas palavras na boca do demônio: "Eu sou a força que só quer o mal, e que, contudo, pratica sempre o bem". *
b) O que se passa com os possessos é precisamente isto: o poder da Santíssima Virgem exprime-se de maneira tangível, quando força os demônios a anunciar o bem e a verdade.
c) Os demônios não querem fazer estas revelações. Só as fazem quando são obrigados, sob o poder e as ordens da Santíssima Trindade e a da Santíssima Virgem. Só fazem estas revelações quando, intimados em nome da Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem, do Coração Imaculada de Maria ou em nome de Jesus, são obrigados a dizer a verdade e só a verdade. (No texto, estas exigências feitas aos demônios foram, na sua maioria abreviadas ou omitidas, por falta de espaço e para que a leitura não se tornasse excessivamente monótona). Mas sem essas ordens, pode acontecer - como aliás aconteceu - ouvir o demônio exclamar: "Estás a ser insolente." - Porquê? - interrogou o exorcista - "Dizes apenas: diz a verdade! Se falas só em teu nome, então não somos obrigados a revelar o que quer que seja"!
d) Estas revelações são uma dádiva que o Céu concede à Igreja. Se assim forem consideradas podem fazer muito bem. Para muitas almas, podem significar o bem espiritual e a salvação, para a Igreja, a renovação. Por isso mesmo é que os possessos sofrem tão horrivelmente, sofrem até ao limite do possível. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a jovem Annelise Michel, no caso Klingenberg, que morre depois do exorcismo. A esse respeito, confessarão os demônios: "Nós atormentamo-la para lá de qualquer medida, a tal ponto que deveria ter desesperado e desistido. Nós esperávamos que, no seu desespero caísse nas nossas mãos. Mas não conseguimos alcançar o nosso objetivo! Ela resistiu e nós, demônios, fomos horrivelmente injuriados por lúcifer". E os demônios acabaram mesmo por confessar: "Se ela não foi imediatamente para o Céu, decerto chegou bem alto, bem alto".
Aqueles que conhecem a vida da possessa destes "Avisos" puderam verificar os sofrimentos monstruosos que ela desde há anos vem agüentando. Tais sofrimentos e uma vida assim são garantia da autenticidade desta possessão e destas revelações. É por isso que o livro constituirá uma obra importante, para o bem das almas e para a Igreja.
e) O inferno agita-se e procura destruir o livro.
Sem a proteção da Santíssima Virgem e da Santíssima Trindade não se teria conseguido vencer os obstáculos e as dificuldades, e a sua publicação jamais teria sido possível. Os próprios demônios tiveram que reconhecê-lo. Aliás, todos aqueles que nele colaboraram, bem o sabiam, mesmo sem as revelações demoníacas. Estas, só o vieram a confirmar mais tarde.
f) Para os exorcismos e adjurações a partir de 10 de Junho e até 3 de Julho posso dizer que segui as instruções do "Ritual Romanum", segundo as quais o exorcista não se deve deixar levar no engodo das palavras dos demônios ou por perguntas sobre questões futuras ou secretas, pois não é nisso que consiste o seu trabalho.
g) Pelo desenrolar das "Confissões" verificou-se que a Santíssima Virgem decerto, como um último recurso, quis revelar pela boca dos demônios o que é útil para a Igreja e para o bem das almas. Só neste sentido, é que foram feitas perguntas e exigidas novas revelações, mas "somente a verdade e o que a Santíssima Virgem quer".
h) Antes das revelações importantes foram exigidas certas e determinadas orações, "para que nós (demônios) sejamos obrigados a dizer a verdade".
i) Se os demônios não falassem a "linguagem do inferno", a possessão não seria autêntica. Os demônios voltam sempre a exprimir o seu ponto de vista. O leitor reconhecerá facilmente quando os demônios exprimem o seu próprio ponto de vista.
j) Os demônios estão ligados ao "instrumento", no seu modo de falar. Também é possível que as idéias do "instrumento" (da pessoa possessa) se misturem com as suas revelações. É por isso que é sempre necessário confrontar as revelações com os ensinamentos verdadeiros da Santa Igreja. "Examinai tudo, retendo apenas o que for bom" - diz S. Paulo.
k) Num tempo em que os demônios são particularmente poderosos - como parece ser agora o caso, parece muito oportuno que a Santíssima Virgem, a vencedora de todos os combates de Deus que há-de esmagar a cabeça a satanás, os force a fazer revelações mesmo contra a sua vontade, para bem dos homens e da Igreja. Também isto é um triunfo de Maria.
m) Se Ela pede constantemente que o livro seja impresso o mais rapidamente possível (porque o tempo urge?), certos pontos mais obscuros não puderam ser acompanhados de notas explicativas.
n) Durante a realização deste livro rezou-se muito. Os próprios demônios pediam constantemente, da parte da Santíssima Virgem, certas e determinadas orações. "Rezai muito ao Espírito Santo"!
Se o leitor, por seu lado, aceitar este convite, decerto tirará grande proveito desta leitura. Há-de receber a luz necessária, mesmo para aquelas passagens que não têm a necessária clareza.
* O demônio pratica e quer só o mal, mas Deus faz com que tudo concorra para o bem daqueles que ama, inclusivamente a ação do diabo.
N.B. - A documentação final esclarece alguns pontos controversos do Exorcismo e dá ao leitor a linha doutrinal da Igreja nestas matérias.
DOCUMENTOS
O QUE É A POSSESSÃO?
Pelo Padre Arnold Renz, SDS
Provas da existência do demônio - Elas encontram-se nos ensinamentos de Cristo nas Sagradas Escrituras; nos ensinamentos do magistério eclesiástico; nos ensinamentos dos Papas, representantes de Cristo. Estes ensinamentos concordam: o demônio existe.
A ação do demônio - O demônio exerce um grande poder, não apenas pela sua ação íntima sobre os homens e pela tentação, para os fazer cair em pecado e os afastar de Deus, mas também pelo seu domínio sobre determinadas pessoas através da possessão.
A Possessão - Embora a possessão não possa ser provada nem confirmada pela Ciência (Psicologia) ela tenta estudá-la, saindo assim da sua competência. A sua existência tem, no entanto, de ser aceita. Mesmo abstraindo dos ensinamentos do Magistério e das Sagradas Escrituras, ela foi experimentada por Santos (por ex: S. João da Cruz, o caso duma religiosa na vida de Santa Teresa de Ávila, o Santo Cura d'Ars e tantos outros). A história da Igreja fornece um grande número de casos de possessão, que não são aqui mencionados.
É preciso grande prudência na aceitação de certos casos de possessão, pois existem doenças psicológicas que se assemelham muito à possessões. Há diferentes fenômenos, ou manifestações, que provam a possessão. O mais evidente á a reação ao exorcismo feito apenas mentalmente: é o chamado "exorcismo probativus." Mas mesmo neste caso é possível que os demônios se escondam, que não se manifestem e não reajam. No caso de não reagirem, isso não prova que eles não estejam presentes. Mas se reagem, isso prova que há possessão. Um fator importante é fornecido pelo comportamento perante objetos benzidos, relíquias, água benta, medalhas... Mas, neste caso, não é preciso que a pessoa saiba previamente que os objetos estão benzidos.
O comportamento perante a água vulgar e a água benta é um sinal da presença dos demônios. Certas pessoas tem o dom de distinguir a água vulgar da água benta, mas a sua reação não é uma rejeição furiosa. A reação furiosa não se pode explicar dum modo natural.
Um outro sinal comprovativo é o sucesso do exorcismo. Citamos apenas um caso: o dos pequenos possessos de Illfurt(1). Estes demônios puderam ser expulsos. Depois da sua expulsão, por exorcismos que se prolongaram durante dois anos, as crianças ficaram absolutamente normais.
O fracasso do exorcismo será um sinal negativo?
a) Se não há realmente possessão, o exorcismo não pode resultar. Em certos casos pode até mesmo prejudicar.
b) Há casos de possessão que têm um objetivo particular: por exemplo, a purificação de uma pessoa que vive no pecado ou o castigo para uma vida de pecado, mas também há especialmente casos de pessoas que se consagram ao diabo. Tais casos são, na maior parte das vezes, longos e exigem um esforço enorme da parte do exorcista, mas não são casos desesperados, sobretudo se a pessoa tiver boa vontade (o caso de Magda com o Padre Rodewyk) (2).
c) Um caso particular de possessão é o que se chama "possessão expiadora." As pessoas em causa não são pessoalmente culpadas. Podem, por exemplo, ter sido amaldiçoadas. Porque é que num ou noutro caso a maldição dá efeito e noutros não? Continua a ser um mistério. Se certas pessoas aceitam sofrer por outras, tal disposição pode traduzir-se em possessão. A possessão obriga a um sofrimento horrível. A história mostra que o possessos que sofreram muito tempo não chegam a velhos (o caso dos meninos de Illfurt).
Há possessos que sofrem pela humanidade, pela Igreja ou por determinados grupos de pessoas, por exemplo, Sacerdotes.
d) Quando se consideram certos casos como, por exemplo, o de Nicolau Wolf, de Rippertschwand(3) ou o de Altotting(4), pode-se pensar que estes casos têm uma missão especial a cumprir na Igreja: não só pelos sofrimentos evidentes, mas também pelas suas revelações. Podíamos citar aqui o caso que é objeto desta obra ou o caso Klingenberg(5). As revelações feitas nestes casos devem ser consideradas um testemunho e um auxílio à Igreja nos tempos difíceis que atravessa. Estes casos resistem ao exorcismo até se cumprirem determinados objetivos. No caso de Klingenberg, o sofrimento prolongou-se até à conformação com Cristo e a morte na Cruz. Anneliese morreu de fome e sede.
O demônio declara nesta obra a propósito de Klingenberg: "Deus submeteu esta família e a todos os que tomaram parte no assunto, a uma prova indizível. Ele chamou a Si essa pobre alma sofredora, para que acabasse o seu martírio e pudesse gozar da Beatitude eterna." Acrescentaram depois: "Mesmo que ela (Anneliese) não tivesse sido imediatamente elevada à eterna Bem Aventurança, ficou muito alto, muito alto"(10 de Junho de 1977). A morte de Anneliese foi permitida por Deus e não devida a um fracasso do exorcismo.
Em que é que consiste exatamente a possessão?
No caso dos possessos, o demônio não só toma posse da alma da pessoa, como é o caso do pecado grave ou "pecado mortal", como também do corpo e das forças físicas, psíquicas, de modo que a pessoa deixa de poder dispor livremente do seu corpo, do seu espírito e da sua vontade. Outro - o demônio - apoderou-se deles. A pessoa possessa não pode reagir contra o que os demônios querem fazer por seu intermédio. No entanto, uma ponta de inteligência, a mais profunda, e a vontade, podem opor-se a todo o mal que os demônios querem impor. Neste caso, a pessoa não comete qualquer falta. Ainda menos se pode falar de culpa, se durante a "crise", ou depois dela, a pessoa não se lembra de nada. Foi o caso, por exemplo, das crianças de Illfurth que, no fim, de nada se lembravam do que tinha acontecido durante a possessão.
Muito especialmente, nos casos de "possessões expiadoras", há o que se chama a possessão lúcida, isto é, a pessoa possessa sabe totalmente ou em parte, o que faz e diz. Nestes casos, estamos perante um sofrimento imensamente penoso, que é suportado com pleno conhecimento.
Causas da possessão - Resumindo: pode haver um pecado grave, que abre as portas aos demônios. Pode acontecer que a pessoa em causa se entregue ao demônio por um pacto assinado com o seu próprio sangue(o caso de uma religiosa, na vida de Santa Teresa de Ávila e S. João da Cruz) que essa pessoa se entregue a práticas ocultas ou que tenha uma intenção especial: reparação ou algo semelhante.
A possessão e a Ciência - Satanás e a possessão pertencem ao sobrenatural. A Ciência não tem acesso ao sobrenatural. Ela ocupa-se dos fenômenos. Se a Ciência discute sobre satanás ou sobre a possessão, ultrapassa os limites da sua competência e não merece crédito. O mesmo se pode dizer quanto à Psicologia e à Medicina.
É razoável e até aconselhável que quando se desconfia de que há possessão, pensar em primeiro lugar, nas causas naturais e também nas doenças psíquicas. Mas a razão exige que se atenda à possibilidade de uma possessão. Um exame cuidadoso do caso deve estabelecer as causas do estado da pessoa. O fracasso da Medicina no tratamento do caso pode ser um sinal de possessão. Quando a Ciência desiste, é preciso que o caminho fique aberto ao exorcismo, ao remédio apresentado pela Igreja, conforme as ordens de Cristo: "Expulsai os demônios"(Mt.10,8). O erro, segundo o qual, Cristo estaria condicionado pela mentalidade do seu tempo, relativamente aos demônios, contradiz a Sua Divindade e deve ser rejeitado.
A Possessão é uma doença?
Fundamentalmente a possessão não é uma doença; no entanto, pode atrelar-se a uma doença. Muitas das vezes, as doenças dos possessos desaparecem com a expulsão do demônio e não podem ser combatidas pela medicina.
Que é exorcismo?
O exorcismo é o remédio da Igreja, que se esforça por expulsar o demônio pela oração, por leituras da Sagrada Escritura, por adjurações, intimações em nome de Jesus, uso da água benta, bênçãos, Sinais da Cruz, a imposição da estola, a imposição das mãos. Seria um erro pensar que basta um único exorcismo para expulsar os demônios. É um duro combate entre o exorcista e os demônios.
Estes repetem constantemente: "Nós não somos obrigados a partir já." É por isso que também aqui é válido o aforismo: Deus tem a última palavra a dizer.
NOTAS
1) 1) Padre P. Sutler: «O poder de satanás e a sua ação.»
Editora Siegfried Hacker, Grobenzell, 7. ed. 1975. História dos pequenos possessos de Illfurt. Há tradução em francês na editora Résiac.
2) 2) P. Adolf Rodewyk, SJ: «A possessão demoníaca nos Tempos de Hoje.» o caso Magda. Edição alemã de Paul Pattloch, Aschaffnbourg, 1976.
3) 3) Johann Erni - Sermões do diabo - Nicolas Wolf, de Rippertschwand. Editora Siegfried Hacker. Grobenzell, 1975. Edição alemã.
4) 4) Teufelspredigt von Altoltting - Sermões do diabo de altoltting.
5) 5) Sobre o «Caso Klingenberg» ainda não há nada publicado em definitivo.
CARDEAL HOFFNER:
Entrevista* sobre as possessões.
SL - A trágica morte, no verão de 1976, da estudante de Pedagogia, Anneliese Michel, falecida após os exorcismos de Klingenberg, excitou violentamente os espíritos. Foi dito, então, que era inadmissível que num século civilizado, como o século XX, se pudesse ainda acreditar no diabo e na possessão. Os Padres que fizeram o exorcismo foram considerados co-responsáveis da morte da jovem estudante. O exorcismo devia ser legalmente proibido. Que é que o Sr. Cardeal pensa do caso?
JH - Têm que se fazer duas perguntas: 1ª - Existem de fato os espíritos malignos, a que nós chamamos demônios? 2ª - Esses espíritos podem exercer influência sobre o ser humano?
SL - Comecemos pela questão da existência do demônio. O Papa Paulo VI explicou na Audiência Geral de 15 de Novembro de 1972: «Sabemos que esse ser obscuro e perturbador existe verdadeiramente e que está sempre em atividade». Em 23 de Julho de 1976, o jornalista Hannes Burger, de Munique, comentava assim os ensinamentos do Papa: «Dum modo geral, podemo-nos sorrir ante tal discurso; aliás, patacoadas desse gênero há muito que são consideradas absurdas, mesmo pela Teologia Católica Contemporânea».
JH - Não vamos falar do tom presunçoso das palavras do Hannes Burger. Digo só que é falso afirmar que «a Teologia Católica Contemporânea» nega a existência dos espíritos malignos. Os professores Karl Rahner e Herbert Vorgrimler declaram que «a existência de forças e poderes malignos sobre-humanos e a sua ação no mundo» são «uma verdade de fé" (1). O professor Leo Scheffczyk, da Universidade de Munique declara por seu lado que, «na pregação de Jesus, satanás se apresenta como o adversário da obra de salvação» (2).
"Os diversos poderes - escreve o professor Heinrich Schlier, da Universidade de Roma - que só desenvolvem o único poder satânico, apresentam-se como uma espécie de poder individual" (3).
Joseph Ratzinger, da Universidade de Ratisbona, escreve: "o exorcismo, sobre um mundo ofuscado pelos demônios, pertence inseparavelmente à via espiritual de Jesus e coloca-se no centro da Sua mensagem e na dos Seus discípulos" (4).
Poderia ainda citar outros tantos teólogos, mesmo protestantes. Mas estes exemplos já chegam.
SI - Karl Rahner e Herbert Vorgrimler declaram que a existência dos espíritos malignos, é considerada "como ensinamento bíblico e do magistério eclesial" (5). Poderá o Sr. Cardeal esclarecer mais pormenorizadamente o sentido destas palavras?
JH - O IV Concílio de Latrão, no ano de 1215, resumiu dum modo perfeitamente claro os ensinamentos da Igreja: "No princípio do mundo, Deus exercendo a Sua Força Poderosa, criou do nada, as duas criaturas, a espiritual e a corporal, quer dizer, a angélica e a terrestre e, em seguida, a humana, que de certa maneira encerra em si as outras duas, pois é composta de espírito e corpo. Porque o diabo e os outros espíritos malignos foram criados bons por Deus. Eles próprios é que se tornaram maus" (6).
Este texto significativo compreende três afirmações:
1ª Deus criou tudo a partir do nada: os Anjos, o Universo e os Homens.
2ª Os espíritos malignos também foram criados por Deus, como seres bons, quer dizer, como Anjos. O mal não é uma estrutura fundamental do ser; não é uma força cósmica do ser.
3ª Estes seres tornaram-se espíritos malignos, quando se separaram de Deus.
O que o IV Concílio de Latrão ensina é a doutrina primitiva da fé Católica. Em 561, o Concílio de Braga declarava: "Se há alguém que diga que o demônio não foi criado por Deus, ao princípio, como um Anjo bom, que não é por natureza uma criatura de Deus mas que, ao contrário, saiu das trevas, que não tem criador, mas que é o princípio e a substância do Mal... que seja anátema. Se há alguém que diga que o demônio... produz pelo seu próprio poder a trovoada, os relâmpagos, as intempéries e a seca... que seja anátema (7).
Ainda muito recentemente, o Concílio Vaticano II declarava que Deus, por Jesus Cristo, «nos libertou da escravidão do demônio e do pecado»(8), e que a atividade da Igreja tem por fim, "a confusão do demônio" (9).
SI - O professor Haag declara que é anti-bíblico insistir na existência do demônio; que o Papa Paulo VI na sua alocução de 15 de Novembro de 1972, exerceu "pseudo-exegese" e interpolou os textos da Sagrada Escritura, "como nenhum estudante, no primeiro semestre, ousaria fazer". Quando a Congregação para a Doutrina e Fé publicou, em Junho de 1975, o seu documento sobre "Fé cristã e demonologia", o professor Haag declarou o seguinte: "Roma falou mais uma vez com rodeios".
JH - Teólogos autorizados refutaram vigorosamente a censura de que era anti-bíblico sustentar a existência do demônio. O professor Joseph Ratzinger escreve: "não é como exegeta, como comentador da Sagrada Escritura, que Haag diz "adeus ao diabo", mas como "homem deste tempo", porque a existência do demônio é inegável. A autoridade, em virtude da qual ele formula a sua opinião, é a da sua filosofia moderna e não a intérprete da Bíblia" (10). Nas pregações de Jesus, satanás é o grande adversário que, no entanto, não tem qualquer poder sobre Ele (João 14,30), porque Jesus quebrou o seu poder: "O príncipe deste mundo está condenado"(João 16,11). Sem dúvida que satanás não está no centro da pregação de Jesus. Mas, "a luta contra o poder dos demônios" faz parte da missão de Jesus, que veio a este mundo, "para destruir as obras do diabo"(I João 3,8).
SI - O professor Haag afirma que "em todas as passagens do Novo Testamento, onde se fala de satanás ou do diabo, pode também compreender-se o pecado ou o mal" (11).
JH - De modo nenhum. N
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