sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Amar a Deus na fadiga



Final de outubro... Semblantes cansados, saúde fragilizada, ansiedade, impaciência... É mais ou menos assim que a maioria das pessoas se encontra esse mês.
Santificar a própria perda de energias, amando a Deus na fadiga, mesmo que esta se prolongue e, por esta ou aquela circunstância, não nos seja possível interromper a tarefa que nos ocupa. Nessas ocasiões, será especialmente consolador recorrermos ao Senhor, que tantas vezes chegava ao fim do dia extenuado. Ele compreende‑nos muito bem.
HAVERÁ DIAS, talvez por longas temporadas, em que experimentaremos a dureza de não nos sentirmos bem e de mesmo assim termos que levar adiante os negócios, o lar, o estudo... Essa situação não nos deve desconcertar: é parte da fraqueza humana e muitas vezes sinal de que trabalhamos intensamente. "Chegam dias - confessava Santa Teresa com muita simplicidade - em que uma simples palavra me aflige e em que gostaria de partir deste mundo, porque me parece que tudo me cansa".
Esses momentos também devem ser oferecidos a Deus; o Senhor também está muito próximo nessas circunstâncias, e deseja que tomemos as medidas oportunas em cada caso: recorrer ao médico, se for necessário, e obedecer às suas indicações; dormir um pouco mais; dar um passeio ou ler um livro entretido... São circunstâncias que o Senhor permite para que aprofundemos no desprendimento da saúde, para que cresçamos em caridade, esforçando‑nos por sorrir, ainda que seja custoso ou até muito custoso. O oferecimento a Deus dessas situações pode ser de um valor sobrenatural muito grande, mesmo que o coração pareça seco e sem forças para os atos de piedade.
Vinde... e descansai um pouco, diz‑nos o Mestre. No descanso, longe de centrarmos a atenção no nosso eu, também devemos procurar Cristo, porque o Amor não conhece férias. "Em qualquer lugar para onde o homem se dirija, se não se apóia em Deus, sempre achará dor", adverte‑nos Santo Agostinho: ao menos a dor de termos deixado o Senhor de lado.
Não devemos empregar os momentos de lazer em não fazer nada. "Descanso significa represar: acumular forças, ideais, planos... Em poucas palavras: mudar de ocupação, para voltar depois - com novos brios - aos afazeres habituais". Esse tempo deve produzir um enriquecimento interior, consequência de se ter amado a Deus, de se ter cuidado com esmero das normas de piedade, e de se ter vivido também a entrega aos outros, mediante o esquecimento próprio; devem ser momentos do dia, períodos de férias ou fins de semana em que procuramos especialmente tornar a vida mais amável aos que estão ao nosso lado; a alegria e a felicidade que virmos espelhadas nos seus rostos constituirão uma boa parte do nosso descanso.
Fonte: Falar com Deus.

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